Caso de Política | Luís Carlos Nunes – No mês de março, quando celebramos o Dia Internacional da Mulher, o Portal Caso de Política traz à tona um levantamento revelador, baseado em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que coloca em destaque a cidade de Barreiras, na Bahia, como um verdadeiro bastião da representatividade feminina na política local. Em um panorama comparativo com as 26 capitais de estados brasileiros, Barreiras emerge como um ponto fora da curva, elegendo um percentual significativo de mulheres para sua Câmara Municipal, superando até mesmo algumas capitais estaduais.
Os números não mentem: em 2020, durante as eleições municipais, os eleitores de Barreiras depositaram sua confiança em seis mulheres, um feito notável que reflete uma mudança significativa no cenário político local. Entre as cinco candidatas mais votadas, três são mulheres, evidenciando não apenas a vontade do eleitorado, mas também a competência e o engajamento feminino na esfera política da cidade.
A Dra. Graça, figura proeminente na comunidade local, encabeça a lista das mais votadas, conquistando 1.961 votos, seguida de perto pela Irmã Silma, eleita com expressivos 1.455 votos, garantindo a terceira posição no ranking. Carmélia da Mata também se destaca, ocupando a quinta colocação com 1.369 votos. Além delas, outras mulheres também obtiveram uma quantidade significativa de votos, garantindo sua presença na Câmara Municipal de Barreiras, sendo: Tetéia com 1.296 votos, Beza 830 e Ivete Ricardi que recebeu 667.
Para contextualizar esse feito histórico, é importante comparar os números de Barreiras com os das 26 capitais estaduais. Considerando o percentual de cadeiras ocupadas por mulheres nas câmaras municipais das capitais, percebe-se claramente a liderança de Barreiras nesse aspecto. Enquanto na maioria das capitais o percentual varia entre 20% e 30%, Barreiras se destaca com impressionantes 31,58% de suas 19 cadeiras ocupadas por mulheres, consolidando sua posição como uma das cidades mais femininas no cenário político municipal.
Por exemplo, Porto Alegre (RS), Salvador (BA), Belo Horizonte (MG) e São Paulo (SP), capitais de estados importantes, apresentam percentuais que giram em torno de 20% a 25% de representatividade feminina em suas câmaras municipais. Fortaleza (CE), Natal (RN) e Rio de Janeiro (RJ) seguem a mesma tendência, com aproximadamente 20% de cadeiras ocupadas por mulheres. Já capitais como Campo Grande (MS) e João Pessoa (PB), apresentam percentuais lamentavelmente baixos, em torno de 3% a 4%.
Diante desses dados, fica evidente que Barreiras se destaca como um exemplo a ser seguido no que diz respeito à participação e representatividade das mulheres na política. Seja pela mobilização da sociedade civil, pelo engajamento político das candidatas ou pela conscientização do eleitorado, a capital do Oeste Baiano se firma como um oásis de equidade de gênero em um cenário político ainda predominantemente masculino.
Esse levantamento não apenas celebra as conquistas das mulheres na política local, mas também ressalta a importância de promover e incentivar a participação feminina em todos os níveis de tomada de decisão. Barreiras, com seu exemplo inspirador, demonstra que a igualdade de gênero não é apenas uma utopia, mas sim uma realidade que pode ser alcançada com determinação, comprometimento e ação coletiva.
Descubra mais sobre Caso de Política
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.