
Cerimônia gravada pelo 9º Baep de São José do Rio Preto apresenta simbologia associada ao nazismo e à Ku Klux Klan; caso é apurado pelo Ministério Público e pela Polícia Militar
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) abriu investigação para apurar um vídeo divulgado pelo 9º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep), de São José do Rio Preto, que mostra policiais militares realizando um gesto semelhante à saudação nazista diante de uma cruz em chamas. As imagens, que remetem a rituais da Ku Klux Klan, grupo supremacista branco dos Estados Unidos, causaram forte repercussão nas redes sociais e também levaram a Polícia Militar a abrir procedimento interno.
No vídeo, gravado com drones e trilha sonora cinematográfica, cerca de 14 policiais aparecem enfileirados fazendo o gesto com o braço estendido, enquanto uma grande cruz e a sigla “Baep” queimam ao fundo. Viaturas da corporação cercam a cena. A Procuradoria-Geral de Justiça afirmou, por nota, que “comprovando-se eventual desvio de conduta, serão tomadas as medidas necessárias para punição dos agentes da Polícia Militar, corporação que continua contando com a confiança do MP-SP”.
ABSURDO! PM de São Paulo divulgou um vídeo em que policiais militares queimam cruzes e fazem saudação nazista. O perfil oficial no Instagram do 9° Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep), de São José do Rio Preto e região, no interior de São Paulo, apagou o vídeo logo em… pic.twitter.com/vCuGgJQnn1
— Lázaro Rosa 🇧🇷 (@lazarorosa25) April 15, 2025
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) também se pronunciou, classificando a PM como “uma instituição legalista que repudia toda e qualquer manifestação de intolerância”. Segundo a SSP, “qualquer manifestação que contrarie seus valores e princípios será rigorosamente apurada”.
Embora a PM alegue que o ritual faz parte de uma cerimônia tradicional de formação de novos policiais e simboliza “a superação dos limites físicos e psicológicos”, o uso da cruz em chamas, do gesto com o braço estendido e de símbolos associados ao nazismo chamou a atenção de especialistas e organizações políticas. O emblema do 6º Baep, por exemplo, exibe uma águia branca central semelhante à Reichsadler – símbolo do poder nazista – e utiliza as cores preto, branco e vermelho, presentes na bandeira do Terceiro Reich, regime liderado por Adolf Hitler.
Diante da repercussão negativa e da possibilidade de interpretações distorcidas, a corporação afirmou que o vídeo foi imediatamente retirado do ar.
As bancadas do PSOL na Câmara Municipal e na Assembleia Legislativa de São Paulo encaminharam ofícios à Corregedoria da PM e à SSP cobrando esclarecimentos sobre as providências adotadas contra os envolvidos e exigindo medidas para prevenir práticas semelhantes.
O caso reacende o debate sobre a presença de elementos ideológicos extremistas em setores das forças de segurança pública e reforça o alerta sobre a necessidade de controle, transparência e formação baseada em princípios democráticos dentro das instituições policiais.
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