Pete Hegseth acusa o ex-presidente Barack Obama de negligência, justifica aumento da presença militar dos EUA na região e alega combate à influência chinesa, em discurso marcado por tom intervencionista
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Em declarações que remetem à era da “Doutrina Monroe”, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, adotou um tom imperialista ao afirmar que o governo Trump está determinado a “retomar o quintal” da América Latina da influência chinesa. A declaração foi feita em entrevista à Fox News, na quinta-feira (11).
Hegseth acusou o governo Obama de negligência, afirmando que a administração anterior “tirou os olhos do jogo e deixou a China simplesmente tomar conta de toda a América do Sul e Central, com sua influência econômica e cultural, fechando acordos com governos locais para obras ruins, vigilância e endividamento”.
O secretário de Defesa dos EUA justificou o aumento da presença militar dos EUA na região, incluindo o envio de tropas ao Panamá, com a alegação de que o controle chinês sobre portos e outras infraestruturas pode ser usado para fins de espionagem. “O presidente [Donald] Trump disse: ‘Isso acabou, vamos retomar o nosso quintal’”, declarou Hegseth.
“A China não construiu esse canal. A China não opera esse canal. E a China não vai transformar esse canal em arma. Juntos, vamos retomar o canal da influência chinesa”, acrescentou, demonstrando a determinação da administração Trump em combater a crescente influência chinesa na América Latina.
Hegseth afirmou ainda que participou da conferência de países da América Central e do Sul no Panamá para demonstrar o compromisso dos EUA em investir de formas que atendam aos interesses americanos em sua região de influência.
A administração Trump alega que o controle chinês sobre portos e outras infraestruturas pode servir para fins de espionagem. Sob pressão dos Estados Unidos, o Panamá já havia anunciado sua saída da Nova Rota da Seda, iniciativa chinesa de investimentos globais.
O aumento da presença americana na América Latina ocorre em meio a esforços de governos da região para se aproximarem diante dos tarifaços impostos por Trump. Ainda assim, há divisões. A Cúpula da Celac, realizada nos últimos dias em Honduras, terminou sem consenso. Argentina, Paraguai e Nicarágua não assinaram a declaração final.
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