
Senadora relata que veículos de luxo ligados ao investigado por fraudes no INSS estavam estacionados na garagem do prédio onde trabalha, em Brasília. Polícia Federal apreendeu os bens após denúncia feita por ela
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) afirmou, em discurso transmitido pela TV Senado nesta quarta-feira (22), que encontrou, de forma “coincidente”, uma série de carros de luxo supostamente ligados ao principal investigado por fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), conhecido como “Careca do INSS”. Os veículos, segundo ela, estavam na garagem do edifício onde mantém seu escritório político, em Brasília.
“Foi uma infelicidade enorme dele”, declarou Damares, referindo-se ao fato de o investigado ter escolhido justamente o prédio onde ela entra e sai todos os dias para, supostamente, esconder parte de seus bens. A senadora afirmou ter sido alertada por funcionários do prédio sobre a movimentação incomum de carros de alto padrão.
Segundo Damares, sua equipe então passou a monitorar a presença dos veículos. Os assessores registraram fotos e anotações das placas e, a partir disso, realizaram consultas no sistema do Detran-DF. A senadora relatou que, ao cruzar os dados, foram encontrados vínculos diretos com o investigado e com empresas das quais ele seria sócio. Com as informações em mãos, encaminhou o material à Polícia Federal, que confirmou a procedência das suspeitas e realizou a apreensão dos veículos na manhã desta quarta-feira.
A operação da PF ocorreu em tempo notavelmente célere após a denúncia. Para observadores atentos à rotina burocrática de apurações no país, a fluidez com que os eventos se desenrolaram chama atenção — sobretudo por envolver a atuação direta de um gabinete parlamentar, algo raro em ações desse tipo.
“Espero que esses sejam os primeiros bens vendidos para ressarcir os aposentados”, afirmou Damares. Ela também convocou a população a procurar a PF em caso de suspeitas semelhantes, reforçando o tom de vigilância cívica.
O episódio foi apresentado como um exemplo de que “a CPMI já começou”, apesar de ainda não estar oficialmente instalada. O requerimento da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito para investigar os desvios no INSS foi apresentado por Damares e pela deputada Coronel Fernanda (PL-MT), reunindo 36 senadores e 223 deputados — acima do mínimo necessário.
Ainda assim, o presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União-AP), estipulou o prazo de 17 de junho para que os líderes partidários cheguem a um acordo sobre a composição da comissão. O principal impasse está no equilíbrio entre o número de integrantes da Câmara e do Senado. A expectativa é que a CPMI seja instalada apenas após o recesso parlamentar, em agosto.
A investigação tem como foco principal os descontos indevidos em benefícios de aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024, com prejuízo estimado em R$ 6,3 bilhões. Embora o caso tenha repercussão nacional, o Senado ainda busca consenso interno sobre a melhor forma de conduzir as apurações.
O episódio relatado por Damares, envolvendo um dos principais alvos da investigação e uma curiosa proximidade geográfica com seu gabinete, tem provocado reações nos bastidores da política. A atuação proativa de sua equipe — com consultas em bases públicas de dados e rastreamento de veículos — surpreendeu deve ter surpreendidos até mesmo parlamentares veteranos, pouco acostumados a esse grau de iniciativa investigativa fora dos marcos de comissões formais.
Coincidência ou não, o episódio reacende a discussão sobre os métodos, os tempos e os caminhos trilhados pelas denúncias quando partem de figuras públicas — especialmente aquelas conhecidas por um forte engajamento em “pautas moralizadoras”.
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