
Foto: Ricardo Stuckert/PR
Velório no Congresso uruguaio atrai milhares; ex-presidente será cremado e terá cinzas espalhadas na chácara onde viveu com Lucía e sua cachorra Manuela
Agência Brasil, editado por Caso de Política – Milhares de uruguaios formaram longas filas nesta quinta-feira (15) para se despedir do ex-presidente José “Pepe” Mujica, velado com honras no Salão dos Passos Perdidos, no Palácio Legislativo de Montevidéu. A cerimônia, marcada por comoção popular e lideranças internacionais, contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da primeira-dama Janja da Silva.
Ao lado do presidente uruguaio Yamandú Orsi e de Lucía Topolansky, companheira de Mujica, Lula prestou homenagem nas redes sociais:
“Que a coragem, a simplicidade e o amor que marcaram sua vida sigam nos ajudando a trilhar o caminho que ele escolheu: o da luta por um mundo mais justo”, escreveu, ao publicar imagem diante do caixão.
O cortejo partiu na quarta-feira (14) da Praça Independência, sede da Presidência, até o Congresso. Para permitir que mais pessoas pudessem se despedir, a visitação foi estendida até as 23h. Líderes como o presidente chileno Gabriel Boric também estiveram presentes.
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Ícone da esquerda latino-americana, Mujica morreu na última terça-feira (13), aos 89 anos, vítima de complicações de um câncer no esôfago. Ex-senador e ex-guerrilheiro contra a ditadura uruguaia, foi um dos líderes mais populares da região nas últimas décadas.
O corpo será cremado em cerimônia reservada. A pedido do próprio Mujica, as cinzas serão espalhadas na chácara onde viveu com Lucía, nos arredores de Montevidéu, em Rincón del Cerro. É lá também que está enterrada sua cachorra Manuela. Ao longo da vida, Pepe cultivou flores, especialmente rosas, e árvores frutíferas, mantendo um estilo de vida austero que se tornou símbolo de sua trajetória política.
Na terça-feira, o presidente em exercício Geraldo Alckmin decretou luto oficial de três dias no Brasil. O último encontro entre Lula e Mujica ocorreu no fim de 2024, na mesma chácara, quando o brasileiro o condecorou com a Ordem do Cruzeiro do Sul, a maior honraria do Estado brasileiro a estrangeiros.
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