
Ex-ministro nega ter buscado passaporte português para o tenente-coronel, que admite ter solicitado cidadania em 2023 por razões familiares; PF apura risco de evasão e cumpre buscas na casa de Cid
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O ex-ministro do Turismo Gilson Machado foi preso pela Polícia Federal (PF) nesta sexta-feira (13), em Recife, por suspeita de articular um plano de fuga para o tenente-coronel Mauro Cid. A operação, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), foi deflagrada em meio a suspeitas de que Cid, peça central na investigação sobre a trama golpista do governo Bolsonaro, tentaria deixar o país. A PF apurou que a família do militar já se mudou do Brasil e está atualmente nos Estados Unidos.
A investigação aponta que Machado, um fiel aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, teria tentado obter um passaporte português para Mauro Cid em maio deste ano, atuando diretamente junto ao consulado daquele país. Em paralelo à prisão do ex-ministro, agentes federais cumpriram mandados de busca e apreensão na residência de Cid em Brasília. O militar foi conduzido para depor na sede da corporação.
Gilson Machado nega veementemente as acusações. Em nota enviada à imprensa na terça-feira (10), ele afirmou ter tomado conhecimento do caso pela mídia e negou “ter ido a qualquer consulado, inclusive o português”.
Por sua vez, a defesa de Mauro Cid admite que o tenente-coronel solicitou a cidadania portuguesa, mas afirma que o pedido é antigo, de 11 de janeiro de 2023, e não tem relação com a suposta iniciativa do ex-ministro, da qual alega não ter conhecimento. Segundo seus advogados, a solicitação foi feita “única e exclusivamente” porque sua esposa e filhas já possuem a cidadania europeia.
Apesar da explicação, a ação de Machado em maio deste ano acendeu o alerta das autoridades sobre um possível risco de evasão, o que motivou a operação desta sexta.
Inicialmente, o STF também havia expedido um mandado de prisão contra Cid, mas a ordem foi revogada de última hora.
Figuras conhecidas do governo anterior, Machado comandou o Turismo e ficou famoso por tocar sanfona nas lives presidenciais, enquanto Cid atuou como o principal ajudante de ordens de Bolsonaro. A prisão e as buscas agitam ainda mais o cenário das investigações que miram o núcleo do antigo governo.
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