
Durante sessão da Câmara nesta terça-feira (1º), vereador relatou indignação com tratamento dispensado a policiais militares durante os festejos juninos e cobrou postura mais firme do prefeito Otoniel Teixeira
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O que era para ser apenas uma prestação de contas sobre sua participação em um curso de formação em Brasília tornou-se um forte desabafo na tribuna da Câmara de Barreiras. Na noite desta terça-feira (1º), o vereador Adriano Stein voltou seus olhos ao São João da cidade para denunciar, com veemência, o que classificou como “desrespeito” aos profissionais de segurança pública escalados para atuar nos festejos.
A indignação de Stein foi motivada por um episódio ocorrido no primeiro dia do evento, quando policiais militares receberam um kit de alimentação considerado insuficiente para a jornada a que seriam submetidos.
“Um profissional que vai passar de 8 a 10 horas de serviço no meio de um evento da importância que é uma festa daquela ali e receber um kit de lanche com bolacha, biscoito, é um desrespeito”, disse o vereador, visivelmente abatido com a situação que presenciou pessoalmente.
O vereador, que é policial militar, relatou que a denúncia chegou até ele por meio da coronel Rejane e que decidiu averiguar a situação no local. Em vez de levar o caso às redes sociais, optou por encaminhar mensagens diretamente ao prefeito Otoniel Teixeira e ao vice-prefeito. A resposta que recebeu foi a de que a responsabilidade pela alimentação dos policiais era do governo do estado, não da prefeitura.
Mas, para Stein, o debate não é apenas sobre responsabilidades formais — é sobre dignidade.
“Mesmo que não fosse responsabilidade da gestão, caberia uma resposta. Pelo menos em respeito aos profissionais que lá estavam. O que me doeu não foi a falha em si, foi a ausência de um pedido de desculpas”, afirmou.
Ele reconheceu que a falha foi corrigida nos dias seguintes, mas enfatizou que quem trabalhou naquele primeiro dia merecia reconhecimento — e, no mínimo, um pedido público de retratação.
A crítica não poupou nem mesmo o entorno político do prefeito. Em tom mais amargo, Stein revelou desconforto ao presenciar, durante o evento, o locutor oficial homenageando um vereador de Luiz Eduardo Magalhães que, segundo ele, havia feito chacotas com a gestão barreirense dias antes.
“Quem desrespeita o povo de Barreiras não merece ter o nome anunciado num evento com 30 mil pessoas. E nós, que ainda estamos aqui defendendo a gestão, fomos ignorados”, desabafou.
Segundo ele, enquanto vereadores da base estavam sendo deixados de lado, pessoas próximas ao círculo pessoal do prefeito apareciam publicamente ao lado de figuras críticas à administração.
“É uma inversão de valores que nos entristece. Pessoas ligadas diretamente ao ciclo pessoal do prefeito estavam lá tirando fotos com quem fala mal da gestão. Isso cansa”, afirmou.
Mesmo diante das críticas, Stein reforçou que ainda acredita no projeto político de Otoniel Teixeira, mas cobrou mudança de postura e comando mais firme à frente da prefeitura.
“Tá na hora do prefeito mostrar para que veio. Determinar quem serve, fica. Quem não serve, vai embora. Esse é meu recado e meu desabafo”, concluiu.
O pronunciamento ecoou como um chamado por valorização, não apenas da segurança pública, mas também da própria base governista, que, segundo Stein, tem se sentido desconsiderada em eventos e decisões da atual gestão. A fala revela fissuras internas e um incômodo crescente com a condução política do governo municipal, especialmente em momentos de grande visibilidade como os festejos juninos.
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