
Governador da Bahia denuncia chantagem dos EUA e aponta ex-presidente como cúmplice de uma medida que ameaça empregos, exportações e a soberania nacional
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), adotou uma das posturas mais firmes do cenário político nacional diante da tarifa de 50% imposta por Donald Trump sobre as exportações brasileiras. Em pronunciamento nesta quarta-feira (9), Jerônimo classificou a medida como uma agressão externa ao Brasil — e foi direto ao acusar o ex-presidente Jair Bolsonaro de traição à pátria ao apoiar sanção estrangeira contra o próprio país.
“Enquanto Lula quer sobretaxar os super-ricos, o presidente dos EUA quer taxar o Brasil — e ainda encontra um ex-presidente que apoia isso. Eu quero que as coisas se resolvam”, disse o governador em cerimônia da Polícia Militar, no Largo do Bonfim, em Salvador.
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A declaração escancarou o que Jerônimo chamou de “desmando do presidente norte-americano”, mas sobretudo a cumplicidade do bolsonarismo com uma agenda que impõe custos diretos à economia brasileira. A fala rompeu o silêncio institucional que ainda marcava parte da política nacional sobre a gravidade da medida de Trump, que além de injustificável do ponto de vista comercial, tem motivação geopolítica e ideológica clara: frear o papel do Brasil no processo de desdolarização liderado pelos BRICS.
“Se o ex-presidente está recorrendo aos Estados Unidos para fazer um castigo aos empresários e trabalhadores brasileiros, isso é uma traição. E nós não concordamos com isso”, disparou Jerônimo.
O governador destacou o impacto direto da tarifa sobre contratos de exportação, cadeias produtivas e empregos — principalmente em setores como o agronegócio, siderurgia e aeronáutica. Com a taxação, diversas empresas poderão cancelar operações com os EUA, e o custo será sentido por trabalhadores e produtores em todo o país.
“Cada empresa que fecha ou deixa de exportar são empregos cortados no Brasil. Eu peço à população baiana que se manifeste contra esse desmando do presidente norte-americano sobre todos os países do mundo, em especial o Brasil”, afirmou.
Jerônimo elogiou a resposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que devolveu a carta de Trump enviada com críticas ao STF e ataques diretos ao ministro Alexandre de Moraes — um gesto simbólico, mas contundente, em defesa da soberania nacional.
“O Brasil tem dono, e o dono do Brasil é o povo brasileiro. A soberania nacional não pode ser motivo de chacota”, declarou.
A manifestação de Jerônimo foi carregada de simbolismo por ter ocorrido na Bahia, estado que liderou a resistência armada pela Independência do Brasil em 1823. Ele resgatou esse espírito:
“Estamos com o sangue quente da independência do Brasil na Bahia. É uma boa hora para que o Brasil veja a coragem daquele nosso presidente. Ele não baixará a cabeça, porque se o presidente baixar a cabeça, é o Brasil que estará baixando a cabeça. E nós não concordamos com isso.”
A crítica se estendeu à base bolsonarista, que celebrou a tarifa como “resposta ao STF”, ignorando que o custo real recai sobre o povo. Para Jerônimo, trata-se de um ato de lesa-pátria com motivação política, uma submissão ideológica à potência que quer enquadrar o Brasil a fórceps.
A postura do governador consolida seu posicionamento como defensor ativo da soberania, contrapondo-se de forma clara ao colaboracionismo da extrema direita. Ao expor Bolsonaro como traidor da pátria, Jerônimo eleva o debate e marca posição: não se trata de uma disputa eleitoral, mas de um embate entre projeto de nação e vassalagem externa.
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