
Durante entrevista à CNN Brasil, deputado faz novos ataques ao STF, defendeu retaliações de Trump ao Brasil e condicionou a democracia brasileira à subordinação ao governo norte-americano. Fala é vista como tentativa de intimidação institucional
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a fazer ameaças explícitas à democracia brasileira nesta sexta-feira (18), ao declarar que “não haverá eleições em 2026” caso o atual cenário político “não seja resolvido”. A declaração foi feita durante entrevista ao programa CNN Arena, da CNN Brasil, em meio à crescente tensão entre o Supremo Tribunal Federal (STF) e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A fala ocorreu no mesmo dia em que o ministro Alexandre de Moraes autorizou buscas em endereços ligados a Jair Bolsonaro, entre eles sua casa no Jardim Botânico, em Brasília. A decisão incluiu medidas restritivas como o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno e proibição de contato com outros investigados — entre os quais está o próprio Eduardo. O deputado classificou as medidas como “lamentáveis”.
Ao longo da entrevista, Eduardo reforçou seu alinhamento com o presidente norte-americano Donald Trump e sugeriu que o Brasil sofrerá represálias se não ceder às exigências do governo norte-americano.
“O Brasil será mergulhado no caos e terá tratamento semelhante ao da Venezuela”, afirmou, referindo-se ao tarifaço de 50% imposto por Trump sobre produtos brasileiros, com vigência a partir de 1º de agosto.
O parlamentar também atacou diretamente o STF. Em tom desafiador, disse:
“Trump não vai recuar diante de Alexandre de Moraes. Perfeito. Se houver um cenário de terra arrasada, pelo menos estarei vingado desses ditadores de toga”. Em outro momento, ironizou o ministro: “Eu aprendi com Alexandre de Moraes que não se deve recuar mediante chantagem. Só que agora ele está diante de alguém maior: os Estados Unidos”.
A declaração de Eduardo ocorre em meio à análise da Ação Penal 2.668/DF no STF, que apura a participação de Jair Bolsonaro e aliados em uma tentativa de golpe após as eleições de 2022. Na decisão que impôs restrições ao ex-presidente, Moraes afirmou que o aumento tarifário de Trump integra uma estratégia coordenada para provocar uma crise econômica no Brasil e, assim, pressionar o Judiciário e influenciar o andamento do processo.
Eduardo, por sua vez, tem assumido a função de porta-voz informal do trumpismo no país, atuando como elo entre as pressões externas e os interesses do bolsonarismo. Para ele, “não faz sentido se preocupar com popularidade” diante do atual quadro, sugerindo que medidas impopulares são justificáveis se fortalecerem o embate com o STF.
As declarações do deputado ampliam o isolamento político do bolsonarismo e reforçam as suspeitas de interferência internacional. A defesa de que o país deve se submeter às imposições de Trump, sob ameaça de colapso, revela uma tentativa de chantagem institucional com impacto direto na soberania nacional.
Não satisfeito, Eduardo Bolsonaro fez nova ameaça golpista:
“Não haverá eleições em 2026”.
E NENHUM jornalista da CNN Brasil questionou isso.pic.twitter.com/pi688OhqQb https://t.co/k9uJylKIuo
— Jéferfon Menezes (@JefinhoMenes) July 18, 2025
O STF, por sua vez, tem adotado uma postura firme diante das tentativas de intimidação. Ministros avaliam que as ameaças, ainda que veladas por discursos inflamados, não alterarão o curso das investigações nem o calendário democrático. O Judiciário já deixou claro: a democracia brasileira não será condicionada a interesses estrangeiros — nem por tarifas, nem por discursos golpistas.
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