Durante sessão da Câmara nesta terça (8), vereador defendeu obras em regiões periféricas e comunidades rurais, criticou a demora no atendimento às indicações e comemorou apoio popular na Morada da Lua
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O vereador Zé do Sorvete (PP) voltou a cobrar do Executivo municipal atenção às indicações feitas por seu mandato, especialmente aquelas voltadas a regiões periféricas e comunidades da zona rural de Barreiras. O pronunciamento ocorreu na noite desta terça-feira (8), durante sessão ordinária da Câmara, onde o parlamentar demonstrou frustração com a demora na execução das obras solicitadas.
“São duas pontes muito estreitas que o coletivo passa bem apertado. No tempo da lama, escorrega. A única solução ali é fazer duas pontes de concreto para resolver o problema”, reivindicou Zé, ao se referir à comunidade de Ponta d’Água, situada entre 2 e 3 quilômetros da BR-135.
A fala do vereador evidenciou a urgência de obras de infraestrutura em áreas historicamente negligenciadas. A escolha por pautar a segurança viária e a mobilidade de regiões distantes do centro urbano revela um posicionamento político voltado ao atendimento da base popular. Zé também mencionou que é constantemente procurado por lideranças locais como o diácono Noé, que tem cobrado melhorias em nome da comunidade.
Além das pontes, Zé do Sorvete pediu a construção de um campo de futebol com iluminação, banheiros e vestiários na comunidade do Bezerro, localizada no Cinturão Verde. O vereador destacou que a solicitação atende ao anseio dos moradores, citando nominalmente líderes comunitários da região:
“Domingão, Jacira, Dunga, todos têm um carinho especial e esperam essa estrutura”.
Em tom de crítica velada ao Executivo, Zé lamentou que as indicações protocoladas sigam sem resposta prática, mesmo após inúmeras solicitações. Ele afirmou já ter esgotado a lista de pedidos para o bairro onde mora, a Morada da Lua.
“Já fiz todas as indicações que o senhor imaginar: de quebra-mola, de limpeza, de semáforo, de campo de futebol, de praça com aparelho de ginástica. Eu não tenho mais o que indicar na Morada da Lua”, pontuou.
A cobrança veio acompanhada de uma defesa enfática da função parlamentar como elo entre o povo e a Prefeitura:
“As indicações que fazemos aqui são os pedidos da população. Precisamos que o prefeito e os secretários tenham mais atenção às demandas que trazemos.”
Zé também elogiou o presidente da Câmara pelo evento junino promovido no Projeto Barreiras Norte e pela futura implantação de um sistema de transparência que permitirá identificar qual vereador indicou cada obra executada. Segundo ele, a medida ajudará a esclarecer à população o papel dos parlamentares.
“Vai facilitar muito a vida do vereador. Muita gente me pergunta: ‘Zé, cadê suas indicações?’. E a gente não tem como mostrar o que não foi feito”, disse, defendendo que o sistema acabe com dúvidas e acusações injustas.
Ao final do discurso, o vereador se emocionou ao anunciar a concessão do título de cidadão barreirense a um artista que compôs a música de sua campanha. A homenagem, segundo ele, foi solicitada diretamente pelo homenageado, que desejava ser reconhecido pela cidade.
“Ele me pediu. Já tinha pedido a outros vereadores e não foi atendido. Por ser de fora de Barreiras, me pediu essa honra. E foi ele quem fez a música que embalou a nossa caminhada da vitória com mais de 1.500 pessoas na Morada da Lua”, recordou, destacando o envolvimento popular em sua trajetória política.
Com um discurso simples, mas carregado de simbolismo e apelo comunitário, Zé do Sorvete reafirmou sua base no trabalho de rua, sua ligação com as comunidades mais esquecidas e sua aposta na visibilidade como forma de pressionar o poder público. A cobrança por mais eficácia nas respostas do Executivo às demandas do Legislativo ecoa não apenas como uma crítica, mas como um chamado à responsabilidade política no trato com as regiões menos favorecidas do município.
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