
Foto: Cadu Gomes/VPR
Vice-presidente minimiza impacto das sobretaxas, mas reconhece pressão sobre indústria de manufatura
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou neste sábado (23), em Brasília, que o Brasil terá condições de superar a crise aberta com a sobretaxa de 50% imposta pelo governo dos Estados Unidos sobre produtos importados. Segundo ele, a medida atinge apenas 3,3% das exportações brasileiras, percentual considerado “gerenciável” diante da atual diversificação dos mercados externos.
Alckmin destacou que o peso da dependência do comércio brasileiro em relação aos EUA diminuiu nas últimas décadas. “Na década de 1980, 24% da nossa exportação ia para os Estados Unidos. Hoje, esse número caiu para 12%. E o que está afetado é 3,3%”, disse durante participação em debate organizado pelo Partido dos Trabalhadores (PT) sobre conjuntura política.
Apesar da tentativa de reduzir a gravidade da crise, o vice-presidente admitiu que setores da indústria de manufatura estão entre os mais prejudicados, sobretudo fabricantes de máquinas, equipamentos, calçados e têxteis. “Esses produtos são mais difíceis de realocar em outros mercados. Já alimentos, como carne e café, encontram destino alternativo com mais rapidez”, observou.
Medidas internas e reação internacional
O governo federal anunciou ações emergenciais para amparar os exportadores brasileiros, incluindo linhas de crédito especiais, suspensão de tributos sobre insumos importados por meio do regime de drawback e aumento da restituição de impostos federais para empresas afetadas.
No plano internacional, o Brasil ingressou com uma queixa formal contra Washington na Organização Mundial do Comércio (OMC) e não descarta acionar também tribunais norte-americanos. “Não se pode usar política regulatória por razões partidárias”, criticou Alckmin.
Além da reação direta, o governo aposta na diversificação de destinos comerciais. Entre os acordos citados pelo vice-presidente estão o tratado Mercosul-União Europeia, previsto para ser concluído ainda neste ano, e as negociações em andamento com EFTA (Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça), Singapura e Emirados Árabes Unidos.
Segundo Alckmin, 42% das exportações brasileiras ficaram de fora da sobretaxa e outros 16% foram enquadrados em tarifas aplicadas igualmente a diferentes países, como aço, alumínio e cobre. Para ele, a ampliação de parcerias comerciais será decisiva para neutralizar o impacto das medidas americanas.
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