
Em discurso ao lado de ACM Neto, Otoniel clama por “soluções” e ignora recentes ordens de serviço para o aeroporto, reforço na segurança pública com a entrega de viaturas, equipamento para radioterapia, tomógrafo e a ampliação de UTIs pelo governo que até ontem elogiava
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O prefeito de Barreiras, Otoniel Teixeira (União Brasil), escolheu adotar um discurso de cobrança e vitimização regional durante a visita de ACM Neto a Correntina neste domingo (17). Posicionando-se como porta-voz de uma região “esquecida”, Otoniel ignorou uma série de investimentos recentes feitos pelo governo Jerônimo Rodrigues (PT) e construiu uma narrativa de abandono para justificar sua aproximação com a oposição.
No palanque, o gestor foi enfático:
“Nós estamos aqui há anos buscando obras importantes, assim como o aeroporto em Barreiras […] e nós esperamos que em 2026 essa esperança de fato concretize”.
A declaração, no entanto, contrasta com a realidade: a ordem de serviço para a reforma e ampliação do Aeroporto de Barreiras foi assinada em junho pelo governador, o que já coloca a obra em andamento e não mais no campo das promessas.
Na saúde, a dissonância é ainda mais evidente. O prefeito cobrou “soluções definitivas” sem reconhecer que o Hospital do Oeste recebeu recentemente um pacote de investimentos considerado histórico: instalação de um acelerador linear para tratamento oncológico, aquisição de aparelho de ressonância magnética e ampliação de leitos, incluindo novas UTIs. Enquanto o Estado amplia os serviços de alta complexidade, a gestão municipal segue sendo alvo de críticas pela fragilidade na atenção básica, área que está sob responsabilidade direta da prefeitura.
A educação também expõe contradições. Enquanto o governo estadual reforma e entrega colégios estruturados, a rede municipal de ensino de Barreiras amarga índices estagnados no IDEB, evidenciando falhas de gestão e de prioridade na área.
Na segurança pública, a retórica do abandono cai por terra. Jerônimo Rodrigues esteve pessoalmente em Barreiras para entregar novas viaturas às polícias Civil e Militar e inaugurar a nova sede da CIPE-Cerrado, reforçando a presença do Estado no combate ao crime na região.
O contraste entre os discursos é evidente. Em agosto deste mesmo ano, ao lado de Jerônimo, o próprio Otoniel celebrava a presença constante do governador no Oeste baiano, destacando que ele havia visitado Barreiras seis vezes apenas em 2025. Na ocasião, o prefeito foi taxativo:
“Isso, governador, se chama descentralização da gestão pública”.
A guinada retórica evidencia um arriscado jogo duplo: enquanto critica o Estado, o prefeito tenta se blindar de cobranças sobre a sua própria administração. A aposta, no entanto, pode ser perigosa. Ao subestimar a memória do eleitorado e desconsiderar a comparação inevitável entre entregas estaduais e fragilidades municipais, Otoniel arrisca transformar sua estratégia política em um teste de credibilidade.
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