Na Câmara Municipal, a parlamentar denunciou as dificuldades da pasta cultural, a disparidade orçamentária e a falta de reconhecimento, apresentando projetos de revitalização do Centro Histórico e valorização do artista local com a veemência de quem tem a causa “na alma”
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A noite de quarta-feira, 27 de agosto, foi marcada por intensos debates sobre “Cultura: Desafios e Propostas para a Gestão Pública Municipal” na Câmara de Vereadores de Barreiras. Entre os pronunciamentos, a intervenção da vereadora Dicíola Baqueiro destacou-se pela segurança de quem conhece profundamente o terreno. Dirigindo-se aos painelistas e a uma plateia que descreveu como “linda pela diversidade de pensamento, de cores”, a parlamentar reforçou a força do movimento cultural local.
“Dicíola Baqueiro destacou a fragilidade da pasta cultural de Barreiras, apontando a falta de reconhecimento e investimentos adequados. Com independência, parlamentar reforçou seu compromisso com a revitalização do Centro Histórico e a valorização dos artistas locais, afirmando que a cultura precisa ser tratada com seriedade, profundidade e prioridade no município
Dicíola traçou um panorama realista da situação. Relatou ter sido procurada pela produtora Carol, dialogado com Osmar, Baba Cláudio e o ex-colega de trabalho Maurício – nomes que, segundo ela, representam pilares da cultura barreirense. A proximidade com esses atores permitiu-lhe afirmar com firmeza e independência:
“A pasta da Cultura, de fato, ela precisa de um olhar bem atencioso, de um olhar cuidadoso.” Ela acrescentou ter se reunido com “todo o corpo da pasta” e percebido as dificuldades que ainda enfrentam na organização e no formato que a pasta precisa ter.
Com conhecimento da história cultural do município, Dicíola explicou que, por se tratar de uma pasta “recente” – antes “se intrometia” ou “se adensava”, nas palavras dela, na Educação e no Esporte – a Cultura não gozava de “reconhecimento total”. Contudo, “isso foi feito”, referindo-se à independência da pasta, e agora é imprescindível “acreditar que a dotação orçamentária… a gente precisa sim, contemplar a área da Cultura.”
A parlamentar destacou a profundidade do tema:
“Não dá pra levar a cultura sem a seriedade do tema e sem a profundidade que ele exige.” Para ela, cultura abrange “preservação, identidade, crenças, religiões”, elementos essenciais para manter “acessa sempre essa diversidade cultural que Barreiras tem.”
Dicíola descreveu Barreiras como uma “cidade cosmopolita” por essa mistura rica de saberes e religiões, tornando-a “tão atraente, tão boa de se viver.”
Em um dos momentos mais marcantes, afirmou:
“Eu disponibilizo todo o nosso trabalho, o nosso mandato, para fortalecer a Cultura.” De forma enfática, acrescentou: “Eu serei uma incentivadora. Inclusive, quando todo mundo brigava por outras comissões nessa Casa, eu brigava pela Educação e Cultura. Aqui é minha praia. Educação e Cultura é minha praia.”
Para ilustrar sua conexão pessoal, recordou experiências familiares:
“Já tive trabalho com Ramon e, desde cedo, as festinhas dos meus filhos eram todas com teatro, fantoche, peças teatrais, incentivando Daniel, que hoje é padre, e animou muitas festas nossas.” A vereadora expressou orgulho por seus filhos compartilharem dessa visão, reforçando a necessidade de “expandir, garantir e fortalecer essa política pública que até hoje se capenga.”
Ela concluiu:
“A cultura ainda é discurso, mas não é reconhecimento. E precisa ser reconhecida, com toda a força que a gente tiver.”
Respondendo a pontos levantados por Carol Pamplona, Dicíola mencionou dois projetos de sua autoria para a revitalização do Centro Histórico: um voltado para “mudanças arquitetônicas, estruturais” e outro, chamado Centro Histórico em Movimento, que visa “valorizar o artista de rua”, atraindo fluxo de pessoas para o espaço tanto de dia quanto à noite. O objetivo é reavivar a vida cultural nas ruas, com shows e espetáculos.
Ao final, a vereadora reafirmou seu compromisso com o setor cultural: concedeu seu “apoio irrestrito à causa cultural”, deixando uma mensagem de comprometimento que transcende o gabinete e se enraíza na vida e na identidade de Barreiras.
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