
Estudo do Portal Caso de Política revela vício formal insuperável em convocação de 3.200 candidatos. Ato que mistura secretarias é juridicamente frágil e expõe desorganização que pode paralisar contratações urgentes
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Uma análise técnica do Diário Oficial nº 4477, de 18 de agosto, realizada com exclusividade pelo Portal Caso de Política, identificou um erro administrativo grave que lança insegurança jurídica sobre a convocação de 3.200 candidatos para o Processo Seletivo Simplificado da Secretaria de Assistência Social e Trabalho (SMAST) de Barreiras. A falha não é mero detalhe: trata-se de uma contradição estrutural que compromete a legalidade do ato e expõe a fragilidade dos procedimentos internos da gestão municipal.
O problema está na evidente discrepância entre forma e conteúdo. Na página 4, o edital é explícito ao afirmar que o certame é “EXCLUSIVO PARA A SECRETARIA MUNICIPAL DE ASSISTÊNCIA SOCIAL E TRABALHO”. No entanto, a partir da página 6, e ao longo de 53 páginas subsequentes, o cabeçalho – que atesta a origem e autoridade do documento – traz a identificação da Secretaria Municipal de Educação.
Esse descompasso transforma o ato em juridicamente ambíguo. O cabeçalho não é um adorno gráfico, mas a assinatura institucional que confere validade ao texto. Ao convocar profissionais da Assistência Social sob a chancela da Educação, a Prefeitura gera um documento contraditório e confuso. Para o candidato, a dúvida é imediata: a quem realmente se destina a convocação?
As consequências são sérias e inevitáveis. Do ponto de vista legal, o ato torna-se insustentável, já que a administração pública deve obediência ao princípio da legalidade estrita. O erro abre caminho para contestações judiciais, tornando necessária a anulação da publicação e sua republicação correta para assegurar a integridade do processo.
A medida, entretanto, impõe atrasos. E no campo da Assistência Social, tempo significa vidas em espera. Com oito meses já transcorridos em 2025, a postergação na contratação de profissionais implica, na prática, a demora no atendimento a famílias em situação de vulnerabilidade.
O quadro de desorganização se completa quando a convocação, além de citar equivocadamente a Educação no cabeçalho, designa justamente o auditório da Secretaria de Educação como local de entrega dos documentos. A confusão burocrática, assim, tornou-se concreta, impondo uma verdadeira peregrinação intersecretarial aos candidatos, impondo-lhes possíveis aumento de custos com locomoção e perda de tempo.
Mais do que um erro pontual, o episódio revela falhas estruturais nos fluxos de verificação e publicação dos atos oficiais. Em qualquer gestão pública, lapsos desse porte são inadmissíveis, pois comprometem a confiança dos cidadãos – neste caso, milhares de candidatos – e retardam políticas sociais urgentes.
A análise conduzida pelo Caso de Política evidencia não apenas a necessidade de corrigir o equívoco imediato, mas de repensar os protocolos de governança da Prefeitura de Barreiras. Só assim a eficiência poderá deixar de ser promessa para se tornar prática concreta.
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