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Movimento do gestor em direção à oposição, enquanto vereadores do seu próprio grupo declaram apoio ao governador Jerônimo Rodrigues, evidencia a instabilidade da gestão e testa os limites da governabilidade
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Neste domingo (17), o aeroporto de Correntina virou cenário de um ato político que fala mais do que qualquer discurso. Com sorrisos largos e gestos de boas-vindas, o prefeito de Barreiras, Otoniel Teixeira, se deslocou para recepcionar o ex-prefeito de Salvador e principal líder da oposição na Bahia, ACM Neto (União Brasil). Acompanhando Otoniel estava seu fiador e padrinho político, o ex-prefeito Zito Barbosa, apontado como o arquiteto do encontro que sinaliza possíveis alinhamentos para futuras disputas.
A cena poderia ser interpretada como cordialidade republicana, não fosse a memória recente que conta outra história. O mesmo prefeito que hoje posa ao lado de Neto é um anfitrião recorrente do governador Jerônimo Rodrigues (PT), participando de inaugurações e entregas de equipamentos do governo estadual em Barreiras. Da segurança pública à infraestrutura, da saúde à assistência social, Otoniel não tem motivos para reclamar do tratamento recebido. Mas, neste tabuleiro político, será que a gratidão e a lealdade têm preço? Ou, como sugere a prática recente, elas se adaptam às conveniências do momento?
Essa dualidade estratégica – buscar os bônus do governo enquanto se garante visibilidade na oposição – transforma a administração pública em um delicado jogo de equilíbrio, onde cada passo em falso pode custar caro. Como dizem ditados políticos:
“Quem acende vela para o santo e para o demônio, arrisca-se a ficar no escuro e com as mãos queimadas”, ou “Quem tenta agradar a todos, acaba desconfiado por todos” e ainda “Quem senta em duas cadeiras arrisca-se a cair de ambas.”
O jogo duplo raramente termina bem. Para o governo, a atitude soa como ingratidão e falta de compromisso; para a oposição, gera dúvidas sobre a firmeza do apoio quando realmente importa. A pergunta que se impõe é inevitável: até que ponto Otoniel Teixeira pode manter esse equilíbrio sem perder a confiança de ambos os lados?
Ao final, o ativo mais valioso da política – a confiança – tende a ser o primeiro a desaparecer. Sentar em duas cadeiras pode garantir visibilidade momentânea, mas aumenta o risco de o gestor terminar sozinho, sem apoio genuíno de nenhuma delas. Em tempos de polarização e olho no pleito de 2026, cada gesto é observado, cada sorriso é analisado, e cada aparição se transforma em combustível para aliados e críticos.
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