
Imagem: distribuição na internet
Dados da Abramede, divulgados pela Agência Brasil, revelam mais de 45 mil internações por envenenamento no SUS em 10 anos, com destaque para casos envolvendo drogas, medicamentos e produtos químicos
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O Brasil registra um caso de envenenamento a cada duas horas, de acordo com um levantamento divulgado nesta segunda-feira (8) pela Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede), com informações da Agência Brasil. Nos últimos 10 anos, foram contabilizados 45.511 atendimentos em emergências da rede pública relacionados a envenenamento que precisaram de internação, via Sistema Único de Saúde (SUS).
O estudo, que analisou o período entre 2009 e 2024, aponta para uma média de 4.551 casos de envenenamento ao ano, o que equivale a 379 registros por mês e 12,6 por dia. Além dos envenenamentos acidentais ou indeterminados, a pesquisa revela que 3.461 pacientes internados no SUS sofreram intoxicação proposital causada por terceiros.
Principais causas de envenenamento
De acordo com a Abramede, os envenenamentos relacionados a:
- Drogas, medicamentos e substâncias biológicas não especificadas (6.407 casos)
- Produtos químicos não especificados (6.556)
- Substâncias químicas nocivas não especificadas (5.104)
lideram a lista de causas. Em episódios acidentais, a exposição a analgésicos e medicamentos para aliviar dor, febre e inflamação aparece como a principal causa, com 2.225 casos.
Distribuição Geográfica por Região
A distribuição geográfica dos casos totais mostra que:
- Sudeste: Quase metade das ocorrências, com 19.040 casos. São Paulo lidera com 10.161 registros, seguido por Minas Gerais (6.154), Rio de Janeiro (1.949) e Espírito Santo (776).
- Sul: 9.630 atendimentos, com destaque para o Paraná (3.764) e o Rio Grande do Sul (3.278), além de Santa Catarina (2.588).
- Nordeste: 7.080 casos, com a Bahia liderando (2.274), seguida por Pernambuco (949), Ceará (902), Maranhão (883), Paraíba (658), Rio Grande do Norte (575), Piauí (492), Alagoas (246) e Sergipe (221).
- Centro-Oeste: 5.161 internações, lideradas pelo Distrito Federal (2.206 casos) e por Goiás (1.876), além de Mato Grosso (687) e Mato Grosso do Sul (392).
- Norte: 3.980 registros, liderados pelo Pará (2.047) e por Rondônia (936), além de Amazonas (628), Tocantins (183), Acre (104), Amapá (59) e Roraima (23).
Intoxicações propositais ou causadas por terceiros (Distribuição Regional)
Analisando as 3.461 internações por intoxicação proposital, a distribuição regional é:
- Sudeste: 1.513 casos
- Sul: 551 casos
- Nordeste: 492 casos
- Centro-Oeste: 470 casos
- Norte: 435 casos
Perfil das Vítimas
Os dados também revelam que:
- A maioria das vítimas de envenenamento são homens (23.796 registros).
- Adultos jovens com idade entre 20 e 29 anos (7.313 registros) são os mais afetados.
- Crianças de 1 a 4 anos também representam um grupo vulnerável, com 7.204 registros.
A Abramede alerta para a facilidade de acesso a venenos, a falta de fiscalização e regulamentação, a impunidade e o uso dessas substâncias em contextos íntimos, muitas vezes com motivações emocionais. A entidade reforça a importância dos médicos emergencistas em situações críticas, incluindo casos de envenenamento.
A Agência Brasil cita alguns casos recentes de envenenamento no país, como a morte de três pessoas de uma mesma família no Rio Grande do Sul após consumirem um bolo contaminado com arsênio, e o envenenamento de nove pessoas em Parnaíba (PI) durante uma ceia de Réveillon, com cinco mortes.
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