
Prefeito de Bom Jesus da Lapa, declarado inelegível por seis anos pela Justiça Federal, anuncia “prenda” de fim de ano a docentes sem esclarecer fonte dos recursos ou forma de distribuição
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Poucos dias após ser condenado pela Justiça Federal a ressarcir R$ 5,5 milhões aos cofres públicos por desvio de recursos da educação, o prefeito de Bom Jesus da Lapa, Eures Ribeiro Pereira, surpreendeu ao anunciar uma nova promessa: o pagamento de R$ 5 milhões em dezembro aos professores da rede municipal, descrito como uma “prenda”, “melhor que precatório e sem desconto”.
A declaração, feita no Dia dos Professores, gerou perplexidade e desconfiança entre servidores e cidadãos, especialmente por ocorrer logo após a sentença de improbidade administrativa que o tornou inelegível por seis anos. Eures não informou a origem dos recursos nem os critérios de distribuição da quantia anunciada.
A condenação, proferida em 29 de setembro de 2025 pelo juiz federal Wilton Sobrinho da Silva, detalha um esquema de desvio de verbas públicas com o uso de empresas de fachada e licitações fraudulentas. Os valores desviados envolviam recursos do Fundeb, do Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS) e do precatório do Fundef, aplicados de forma irregular.
Em um episódio recente, que beira o inacreditável, enquanto milhões foram desviados, o prefeito Eures Ribeiro deu demonstrações de um desrespeito tão abjeto para com os professores que beira o grotesco. Com a frieza de quem ignora o sofrimento alheio, o prefeito Eures Ribeiro chegou a ironizar os afastamentos médicos de docentes, insinuando que eles se afastavam “até por uma dor no dedo da mão” e que “postos de saúde seriam ‘fábricas de atestados”.
Promessa controversa em meio à condenação
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Em tom descontraído, o prefeito afirmou durante visita a uma unidade escolar:
“Quando vocês acordarem de manhã, vai ter um negóciozinho aqui. Esse dinheiro do final do ano é melhor do que o precatório, porque esse não tem nem desconto.”
A fala, feita em meio a um histórico recente de condenações e denúncias, levantou questionamentos sobre a legalidade e a finalidade da promessa. Em contexto de improbidade confirmada, o gesto soa como tentativa de apaziguar tensões políticas e recuperar apoio de servidores.
A sentença descreve a participação de empresas como Renan Dourado dos Santos ME e Jefferson Nascimento Teixeira ME, criadas para mascarar a identidade dos verdadeiros beneficiários de contratos e facilitar o desvio de recursos da educação. O juiz apontou enriquecimento ilícito, dano ao erário e violação aos princípios da administração pública.
Diante disso, a promessa de R$ 5 milhões aos professores, feita por um gestor condenado exatamente por desvio de verbas da educação, reforça o clima de incredulidade e ironia que marca o episódio. A população e o funcionalismo aguardam explicações concretas sobre a origem e destinação dos valores, diante do risco de novos abusos com recursos públicos.
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