
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL-RJ). Foto: PABLO PORCIUNCULA/AFP
Segundo Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, Isabel Gallotti deve votar pela cassação do governador por abuso de poder econômico; enquanto isso, Castro tenta justificar ao STF operação que deixou 121 mortos no Rio
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A ministra Isabel Gallotti, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), deve votar nesta terça-feira (4) pela cassação do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, por abuso de poder econômico nas eleições de 2022. A informação é da colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo. O julgamento foi pautado após recurso do Ministério Público Eleitoral, que contesta decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ), que havia absolvido Castro em maio de 2024 por falta de provas.
Fontes ouvidas pela Folha afirmam que Gallotti deve reconhecer a força do conjunto probatório reunido na investigação. Outros ministros avaliam pedir vista após o voto da relatora, o que pode adiar o desfecho. Caso a condenação seja confirmada, Castro poderá ficar inelegível.
O processo também atinge o presidente da Assembleia Legislativa do Rio, Rodrigo Bacellar, acusado junto ao governador de utilizar programas da Fundação Ceperj e da Uerj com fins eleitorais. Relatórios do Ministério Público indicam contratações sem transparência e saques em espécie que somaram R$ 248 milhões, feitos por milhares de pessoas vinculadas aos projetos. Parte desses recursos, segundo a apuração, teria sido direcionada para campanhas políticas.
Em nota divulgada na semana passada, o governador negou as acusações e disse que todas as ações foram realizadas “dentro da legalidade”. Castro declarou respeito ao devido processo legal e à vontade dos eleitores, citando sua absolvição anterior pelo TRE-RJ.
Além de Gallotti, participam do julgamento a presidente do TSE, Cármen Lúcia, e os ministros André Mendonça, Kassio Nunes Marques, Antonio Carlos Ferreira, Floriano de Azevedo Marques e Estela Aranha.
Enquanto enfrenta o risco de cassação, Cláudio Castro também tenta conter a repercussão da chacina ocorrida em 28 de outubro, durante a Operação Contenção, nos Complexos da Penha e do Alemão, que deixou 121 mortos.
Nesta segunda-feira (3), o governo do Rio enviou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), um documento defendendo a legalidade da ação e o “emprego proporcional da força” por parte das polícias. O texto afirma que a operação foi planejada por cerca de um ano, mobilizou 2.500 agentes e teve acompanhamento do Ministério Público.
Segundo o documento, foram cumpridos 100 mandados de prisão e 145 de busca e apreensão, além da apreensão de armas, drogas e veículos. O governo afirma que a operação se concentrou em áreas não residenciais, sem impacto sobre escolas, e contou com ambulâncias de prontidão.
Castro destacou que os policiais usavam câmeras corporais – embora parte dos equipamentos tenha apresentado falhas técnicas – e que as corregedorias acompanharam todo o trabalho. Um inquérito apura a remoção de corpos antes da perícia.
O ministro Alexandre de Moraes, que atua temporariamente na relatoria da ADPF das Favelas, determinou a documentação completa da operação, conforme pedido da Defensoria Pública da União.
O julgamento no TSE e a cobrança no STF colocam Cláudio Castro sob dupla pressão política e institucional: de um lado, o risco de perder o mandato e os direitos políticos; de outro, a necessidade de responder pela operação mais letal da história do Rio.
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