
Investigação revela que denúncias contra Alexandre de Moraes carecem de provas materiais, ignoram ritos legais obrigatórios e são impulsionadas por disputa comercial entre BTG Pactual e Banco Master; desmentidos de cúpulas da PF e do Banco Central desmontam narrativa de Malu Gaspar
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O cenário político-judiciário brasileiro passou a ser alvo de uma ofensiva coordenada que tenta enquadrar o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes em um suposto esquema de “advocacia administrativa”. A análise cruzada de documentos oficiais, manifestações institucionais e ritos processuais, no entanto, revela que a narrativa difundida por colunas da jornalista Malu Gaspar e pelo jornal O Estado de S. Paulo se sustenta em fontes anônimas do mercado financeiro, omite fundamentos jurídicos essenciais e carece de qualquer prova material concreta.
A acusação central – de que Moraes teria pressionado Gabriel Galípolo em favor do Banco Master – colide frontalmente com registros oficiais. Tanto o ministro quanto a Febraban confirmaram que os encontros realizados com dirigentes do Banco do Brasil, Itaú, BTG Pactual e executivos do Santander tiveram como pauta exclusiva a aplicação da Lei Magnitsky, instrumento internacional que trata de sanções, bloqueio de contas e restrições financeiras a indivíduos sancionados no exterior. A abordagem foi institucional e coletiva, sem qualquer menção a interesses privados ou a instituições específicas.
Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, negou de forma categórica qualquer pressão ou menção ao Banco Master por parte de Alexandre de Moraes. O ministro também foi enfático ao rebater reportagem do Estadão que alegava a existência de seis ligações telefônicas em um único dia, afirmando que não há qualquer registro de chamadas entre ele e Galípolo para tratar de temas privados ou relacionados ao banco citado, colocando em xeque a veracidade da informação publicada.
Outro eixo explorado nas denúncias envolve a contratação do escritório da advogada Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro, pelo Banco Master. A tentativa de associar o vínculo familiar a tráfico de influência, contudo, não resiste à análise dos dados objetivos. Desde 2013, o escritório acumula mais derrotas do que vitórias no Supremo Tribunal Federal – são 13 decisões desfavoráveis e apenas 8 favoráveis -, desempenho que desmonta a tese de favorecimento automático e afasta a narrativa de “balcão de negócios” na Corte.
Nos bastidores, a apuração indica que a origem dos vazamentos está menos ligada a preocupações éticas e mais a uma disputa comercial agressiva no sistema financeiro. O Banco Master, controlado por Daniel Vorcaro, vem ampliando sua atuação ao oferecer taxas de até 140% do CDI, movimento que teria drenado liquidez de concorrentes tradicionais, em especial do BTG Pactual. Relatos apontam que o controlador do BTG, André Esteves, passou a atuar junto ao Banco Central e ao Tesouro em reação ao avanço do concorrente. A presença do nome de Vivian Barci no polo jurídico do Master teria sido instrumentalizada para politizar o conflito e atingir diretamente Alexandre de Moraes.
Essa construção narrativa também foi desmentida pela Polícia Federal. O diretor-geral da instituição, Andrei Passos, classificou como “mentira” a alegação de que Moraes teria solicitado qualquer tipo de alívio nas investigações contra o Banco Master, ressaltando que as operações, diligências e prisões relacionadas ao caso seguiram normalmente, sem interferência externa.
A crítica direcionada à atuação do ministro Dias Toffoli no deslocamento do caso ao STF igualmente ignora ritos legais obrigatórios. A Polícia Federal encontrou contratos envolvendo o deputado federal João Carlos Bacelar (PL-BA) no celular de Daniel Vorcaro, o que, pela regra constitucional do foro por prerrogativa de função, impunha o envio do processo ao Supremo. Não se tratou de escolha política ou discricionariedade, mas de medida necessária para evitar nulidades futuras. Soma-se a isso a jurisprudência firmada na ADI 5953, julgada em 2023, que reconhece a legalidade da atuação profissional de parentes de ministros no tribunal, desde que o magistrado não seja o relator do caso, justamente para preservar o princípio do juiz natural.
O dossiê também expõe uma seletividade editorial evidente. Enquanto colunistas exigem que Alexandre de Moraes produza uma “prova negativa” – juridicamente classificada como prova diabólica -, casos concretos envolvendo outras autoridades recebem tratamento significativamente mais brando. Episódios envolvendo ministros do próprio STF e lideranças políticas com indícios documentados não mobilizaram a mesma intensidade de cobrança moral, revelando assimetria no escrutínio público.
A ofensiva ocorre em um momento sensível, no qual organismos internacionais, como a Organização dos Estados Americanos, destacaram a solidez das instituições brasileiras e o papel do Supremo Tribunal Federal na preservação da ordem democrática. Para analistas políticos e investigativos, o ataque a Moraes se insere em um contexto de retaliação direta à sua atuação nos processos que apuraram a tentativa de ruptura institucional de 8 de janeiro, funcionando como instrumento de desgaste institucional e reposicionamento político com vistas ao cenário eleitoral de 2026.
Sem provas materiais, documentos ou registros objetivos, a narrativa contra Alexandre de Moraes se sustenta em conjecturas, vazamentos seletivos e disputas de mercado travestidas de escândalo moral, substituindo o rigor investigativo por uma construção política que tensiona, sem lastro factual, o debate público e o próprio Estado de Direito.
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