Caso de Política, com Agências – No coração de Santiago, a segunda maior cidade de Cuba, o presidente Miguel Díaz-Canel foi surpreendido no domingo (17/mar) por um mar de manifestantes clamando por “energia e comida”. Centenas de cidadãos tomaram as ruas em meio a apagões que chegam a durar até 18 horas por dia e a grave escassez de alimentos, combustível e medicamentos.
A crise econômica que assola Cuba há tempos se intensificou com o advento da pandemia da Covid-19, culminando em um êxodo sem precedentes, com mais de 400 mil pessoas buscando refúgio nos Estados Unidos. Os protestos em Santiago não passaram despercebidos pelo presidente Díaz-Canel, que se comprometeu a atender às demandas do povo e buscar o diálogo em um ambiente de calma e serenidade.
Apesar das insinuações de interferência externa e das alegações de possíveis tentativas de desestabilização por parte de “terroristas” dos Estados Unidos, a manifestação em Santiago foi descrita como pacífica. Embora a presença policial tenha sido necessária para prevenir qualquer potencial violência, os manifestantes se mostraram respeitosos e receptivos às explicações fornecidas pelo governo.
A embaixada dos Estados Unidos em Havana está acompanhando de perto os desdobramentos dos protestos, instando ao respeito pelos direitos humanos dos manifestantes. Enquanto isso, o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, atribui a situação econômica do país ao embargo dos Estados Unidos, exortando à não interferência nos assuntos internos.
Embora os protestos em Cuba sejam raros, sua frequência tem aumentado em meio à crise econômica que assola a nação. Críticas à resposta do governo cubano a protestos anteriores como sendo violenta e repressiva têm sido vocalizadas por grupos de direitos humanos, pela União Europeia e pelos próprios Estados Unidos.
Apesar de a Constituição cubana garantir o direito de protesto, a ausência de uma legislação específica deixa os manifestantes em um limbo jurídico. A situação atual em Cuba clama por atenção e diálogo para encontrar soluções para a crise econômica e para atender às necessidades básicas da população.
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