Uma possível aliança entre PP, União Brasil e PL, vem cada vez mais ganhando corpo a medida em que se aproximam o período para as Convenções Partidárias
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O lançamento da pré-candidatura de Tito, com a presença do governador Jerônimo Rodrigues, transformou Barreiras em um verdadeiro palco de especulações e debates acalorados. Realizado em 13 de junho, o evento arrastou mais de 5 mil pessoas e casou congestionamento na BR-135 em ambos os sentidos e destacou a relevância política da cidade, reverberando não apenas na região oeste, mas também na capital soteropolitana como no Distrito Federal, Brasília.
A presença de Jerônimo no oeste baiano para prestigiar Tito foi um marco significativo, refletindo a importância da candidatura e movimentando o cenário político local. O governador interagiu de maneira descontraída e estratégica, deixando clara sua influência.
Emerson Cardoso, após romper com o prefeito Zito Barbosa no início deste ano, se reuniu diversas vezes com Jusmari e chegou a ser convidado a ingressar nas fileiras do PSD a convite de Jusmari Oliveira. Contudo, Emerson preferiu um voo solo, optando pelo Avante, articulado, – de acordo com informações de bastidores – pessoalmente pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, com o objetivo de encabeçar uma chapa majoritária. A decisão de apoiar Tito pelo Avante causou – e ainda causa – estardalhaços em Barreiras, forçando operadores políticos a refazer cálculos, reavaliar estratégias e reposicionar suas alianças. A formação da chapa Tito-Emerson foi um movimento inesperado que redesenha a geografia política e eleitoral da cidade.
Apesar de novo na política, Emerson Cardoso goza de bom trânsito entre distintos segmentos sociais e políticos, tendo sido representante do Sebrae na região e mantendo um diálogo direto com o empresariado regional. Sua aliança com Tito gera desconforto entre seus opositores, que agora precisam lidar com uma chapa fortalecida e articulada.
Jusmari, com sua vasta experiência política, durante o evento de lançamento, desempenhou um papel crucial nas articulações. Nos bastidores, alinhou prefeitos da região, consolidando apoios e moldando o ato de forma decisiva. Sua presença ao lado de Tito e do governador no palanque sinalizou sua influência respeitável.
Por outro lado, a possível influência do presidente Lula nestas eleições municipais é uma preocupação para os adversários. A presidente do PT municipal, Professora Nilza, em resposta feita recentemente pelo Portal Caso de Política, confirmou que “há tratativas para a vinda de Lula a Barreiras, dependendo apenas do início oficial das eleições deste ano”.
Talvez, um possível termômetro para o temor de oposicionista ao nome de Tito, se espelhe nas redes sociais, especialmente em grupos de Whatsapp onde petistas são alvo de duros ataques tendo como alvos, Tito e o presidente Lula. Recentemente um Boletim de Ocorrência foi registrado na Delegacia da cidade denunciando que um grupo de Whatsapp denominado “Lançamento Candidatura Tito” onde o administrado se passando por um colaborador da pré-campanha de Tito propagava Fake News, com clara intenção de desmobilizar o ato desta quinta-feira (13).
O PT baiano listou a cidade Barreiras como uma de suas prioritárias no estado, o que pode intensificar a disputa.
A memorável história recente, lembra a ação de Antônio Henrique nas eleições de 2012, quando o mesmo utilizou um vídeo de Lula pedindo votos em praça pública para o candidato do PP. Esse apoio foi crucial para a vitória apertadíssima de Antônio Henrique sobre os seu então rivais, Zito Barbosa e Jusmari Oliveira. A diferença entre um e outro, foi menor que 1 ponto percentual.
A questão a se analisar agora, é se o potencial de transferência de votos de Lula será novamente decisivo, especialmente considerando o desempenho do atual presidente da República nas eleições de 2022 na cidade de Barreiras. No primeiro turno, Lula recebeu 58,05% dos votos válidos em Barreiras, cerca de 22% à frente de seu principal oponente, Jair Bolsonaro. No segundo turno, Lula ampliou sua votação, obtendo 59,47% da preferência popular.
Nesta quinta-feira agitada,13 de junho, a cidade recebeu a visita do Cacique do PL, João Roma onde segundo as informações que nos chegam aconteceram reuniões presenciais e telefônicas com o prefeito Zito Barbosa, o que adicionaram uma nova camada de complexidade ao cenário de negociações.
A possibilidade de apoio do PL a Danilo Henrique (PP) ainda está em aberto, enquanto a situação de Otoniel Teixeira (UB) permanece indefinida, gerando incertezas e especulações.
Revelações publicadas pelo Portal Caso de Política sobre uma reunião secreta em Brasília, que contou com as presenças de ACM Neto (UB), Cacá Leão (PP), Antônio Henrique (PP) e Zito Barbosa (UB), indicam que quem estiver à frente nas pesquisas receberá apoio do outro. Essa dinâmica de apoio mútuo pode redefinir alianças e estratégias, ou mesmo desfazer.
A grande questão que se impõe, é como a oposição a Tito e ao governo estadual reagirá. Haverá uma união de forças para enfrentá-lo ou ele seguirá rumo à vitória sem grandes obstáculos? Barreiras fervilha com essas incertezas, enquanto as negociações se intensificam.
Uma possível aliança entre PP, União Brasil e PL, vem cada vez mais ganhando corpo a medida em que se aproximam o período para as Convenções Partidárias e levantam questionamentos sobre a liderança dessa coalizão. Zito Barbosa, prefeito de Barreiras, terá a palavra de peso, e sua postura poderá ser decisiva com Dicíola Baquero, atual presidente do União Brasil municipal. Zito Barbosa pode aceitar alianças, desde que esteja no comando, refletindo condições a qual ele tenta impor.
Acrescenta-se a este caldeirão borbulhante, a fala de Tito na noite de ontem:
“Nós somos oito partidos hoje na pré-campanha, na convenção seremos dez, quem sabe doze partidos unidos em torno de um só projeto, que é levar Barreiras para o caminho do desenvolvimento verdadeiro”.
A movimentação política em Barreiras promete muitos capítulos até as eleições. Barreiras figura como o epicentro das discussões políticas na Bahia, refletindo a intensidade e a complexidade da disputa local.
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