Advogado de general Heleno atribui a Bolsonaro a concepção de plano golpista em julgamento no STF

Defesa do general alega que ex-presidente teve papel central em live que questionou urnas eletrônicas e minimiza provas apresentadas pela PGR

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (25), o advogado Matheus Mayer Milanez, defensor do general Augusto Heleno, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), atribuiu ao ex-presidente Jair Bolsonaro a responsabilidade pela trama golpista investigada. Milanez negou a participação de Heleno nas manifestações criminosas, argumentando que a principal prova da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o militar é uma live de 2021 em que ele não teria se manifestado.

“Ele ficou sentado, não falou uma palavra, não fez um gesto, não fez absolutamente nada. Quem participou da live, falando e atuando em um primeiro plano, foi o ex-presidente Jair Bolsonaro. Heleno não falou absolutamente nada, não se manifestou”, afirmou o advogado.

A transmissão ao vivo, realizada em 29 de julho de 2021, foi utilizada por Bolsonaro para atacar as urnas eletrônicas, disseminando informações falsas e já desmentidas sobre o sistema eleitoral. O vídeo foi posteriormente removido do YouTube.

Milanez também questionou a relevância de uma “anotação em agenda” mencionada pela PGR, alegando que a denúncia não explica como o documento seria crucial para o plano golpista. Para o advogado, a acusação contra Heleno se baseia em um “terraplanismo argumentativo”.

O defensor ainda argumentou que Heleno, enquanto chefe do GSI, colaborou com a organização da posse do presidente Lula, garantindo a segurança do evento.

A PGR acusa Heleno de integrar um grupo central envolvido no plano para impedir a posse de Lula. Segundo as investigações, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), sob o comando de Heleno, teria sido utilizada para disseminar informações falsas sobre o processo eleitoral. Documentos apreendidos com Heleno e o então diretor da Abin, Alexandre Ramagem, indicariam a existência de um plano para divulgar teorias de fraude nas eleições.

Em reunião ministerial de julho de 2022, Heleno teria defendido a necessidade de “virar a mesa antes das eleições” e afirmado ter um esquema para infiltrar agentes da Abin nas campanhas eleitorais.

Acompanhe o julgamento ao vivo:

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