
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão
Decisão anula acordo que mantinha dirigente no cargo e atribui ao vice Fernando Sarney a missão de convocar pleito em até 30 dias; suspeita de fraude com assinatura de Coronel Nunes motivou medida
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) enfrentou nesta quinta-feira (15) um novo abalo institucional com o afastamento imediato de seu presidente, Ednaldo Rodrigues. A decisão foi proferida pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que considerou nulo o acordo judicial que havia garantido a permanência de Rodrigues no comando da entidade desde 2022.
O desembargador Gabriel de Oliveira Zefiro, relator do caso, determinou que o vice-presidente mais antigo da CBF, Fernando Sarney, assuma interinamente a presidência e convoque novas eleições no prazo de até 30 dias úteis. A ordem tem efeito imediato e já vale como mandado de intimação.
O cerne da decisão está na suspeita de fraude envolvendo a assinatura do ex-presidente Antônio Carlos Nunes de Lima, o Coronel Nunes, em um documento que chancelou a Assembleia Geral Extraordinária de 2022, que por sua vez legitimou a gestão de Ednaldo. Uma perícia grafotécnica e laudos médicos apontaram que Nunes, hoje com 85 anos, sofre de comprometimento cognitivo grave desde 2018, o que o impediria de assinar qualquer documento de forma consciente.
“Há muito o Coronel Nunes não tem condições de expressar de forma consciente sua vontade. Seus atos são guiados. Não emanam da sua vontade livre e consciente”, escreveu o desembargador na sentença.
Na mesma decisão, ele declarou:
“Nulo o acordo firmado entre as partes, homologado outrora pela Corte Superior, em razão da incapacidade mental e de possível falsificação da assinatura de um dos signatários, Antônio Carlos Nunes de Lima.”
O afastamento de Ednaldo Rodrigues amplia a crise que se arrasta nos bastidores da CBF, marcada por disputas internas, denúncias de irregularidades e instabilidade jurídica. Além do questionamento judicial, o dirigente enfrenta um processo na Comissão de Ética da própria entidade, acusado de uso indevido de recursos da confederação — incluindo o suposto custeio de despesas pessoais e familiares com verbas institucionais.
A nova eleição poderá redefinir os rumos da entidade que comanda o futebol no país. Caberá agora a Fernando Sarney, filho do ex-presidente da República José Sarney, garantir um processo de escolha que, além de legítimo, pacifique os ânimos de uma CBF mergulhada em sucessivas controvérsias.
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