
Falta de EPIs, subutilização de profissionais e ausência de condições dignas de trabalho foram apontadas por Nathaly Ferreira como reflexo da má gestão; fala da secretária sobre “muralha” entre servidor e população expõe contradição entre discurso e prática
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Durante audiência pública realizada na noite do dia 30 de abril na Câmara de Barreiras, a presidente do Sindicato dos Servidores Municipais (Sindsemb), Nathaly Ferreira, fez críticas contundentes à gestão da saúde no município.
Com serenidade, mas firmeza, ela denunciou a falta de condições básicas para o trabalho dos profissionais, citando a escassez de EPIs, a subutilização de servidores qualificados e a ausência de políticas efetivas de valorização da categoria.
“Quando falta atendimento, não é o servidor. Às vezes a gente precisa trabalhar em conjunto. O servidor está lá para atender, mas falta. E quando eles reclamam, é porque querem fazer mais, porque fazem por amor”, afirmou Nathaly, lembrando ainda da atuação dos servidores na linha de frente durante a pandemia, mesmo sem estrutura adequada. “Estávamos lá, colocando a nossa vida e a das nossas famílias em risco.”
As cobranças também anteciparam parte do discurso feito nesta segunda-feira (5) a uma rádio local pela secretária de Saúde de Barreiras, Larissa Barbosa, que ao comentar a relação entre população e servidores, declarou:
“Existe, infelizmente, uma muralha entre população e servidores. E a gente quer proclamar a paz, levantar uma bandeirinha branca.”
A fala da secretária foi recebida com reservas. O uso de metáforas pacificadoras é visto como tentativa de suavizar uma crise estrutural. A constatação da “muralha” não veio acompanhada de medidas concretas para melhorar a relação entre usuários do SUS e os trabalhadores da saúde. Durante a audiência, foram registradas denúncias de desrespeito, negligência e até chacotas feitas contra pacientes — situações que exigem mais do que apelos simbólicos.
O distanciamento entre servidor e cidadão é, em grande parte, consequência da falta de estrutura e da sobrecarga imposta pela má gestão pública.
A presidente do Sindsemb também defendeu o custeio de mestrados e doutorados para os servidores que buscam se qualificar, alertando para os casos em que trabalhadores acabam impedidos de continuar os estudos por não receberem seus vencimentos durante afastamentos.
“Se alguém vai estudar, que receba, que tenha condição, para que depois volte com mais conhecimento e coloque isso a serviço da população”, defendeu.
Em tom conciliador, mas com firme posicionamento, Nathaly reafirmou que o sindicato está disposto a manter o diálogo com a prefeitura, mas alertou:
“O servidor quer se profissionalizar junto com a prefeitura. Quer prestar um serviço de qualidade, mas precisa de estrutura. E o sindicato está aqui para garantir que essa valorização seja real, não só discursiva.”
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