
Condenada a 10 anos por crimes cibernéticos e com nova sentença desfavorável à vista, deputada busca refúgio na Europa alegando perseguição. Manobras para proteger patrimônio podem implicar familiares, enquanto Interpol pode ser acionada e cidadania italiana não garante impunidade total
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) anunciou ter deixado o Brasil e se encontra na Europa, onde alega buscar “exílio político” e tratamento médico. A saída ocorre menos de um mês após sua condenação unânime pela 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão, perda de mandato e inelegibilidade por invasão de sistema informático do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e falsidade ideológica, e enquanto aguarda a conclusão de outro julgamento no STF que já conta com maioria para condená-la a mais cinco anos e três meses por porte ilegal de arma e perseguição a um jornalista.
Em entrevistas concedidas de local não revelado na Europa, Zambelli, que possui cidadania italiana, declarou que não retornará ao país e que usará sua estadia no exterior para “denunciar perseguições” e as “distorções da realidade brasileira”, voltando a atacar, sem provas, a confiabilidade das urnas eletrônicas. “Me cansei de ficar calada. Aqui fora eu posso falar”, afirmou, justificando o pedido de sua defesa para cumprimento de pena em regime domiciliar com a alegação de que “não sobreviveria na cadeia”.
A situação da parlamentar, no entanto, tende a se agravar. A Procuradoria-Geral da República (PGR) já solicitou o bloqueio de seus bens, e a revelação de Zambelli de que suas redes sociais e patrimônio no Brasil seriam administrados pela mãe e pelo irmão acendeu um alerta para a possibilidade de utilização de “laranjas”, o que poderia estender o bloqueio aos familiares e configurar novas irregularidades. Juristas apontam que a inclusão de seu nome na lista de alerta vermelho da Interpol é um passo provável.
Embora a Itália, assim como o Brasil, não extradite seus nacionais, tratados de reciprocidade podem obrigar Zambelli a cumprir pena em território italiano, caso condenada definitivamente no Brasil. O caso do ex-jogador Robinho, condenado na Itália e cumprindo pena no Brasil, é citado como precedente.
A complexidade de sua defesa aumentou após seu advogado, Daniel Bialski, renunciar ao caso alegando “foro íntimo”, supostamente por não ter sido comunicado da viagem e pelas recentes declarações da cliente que, segundo analistas, apenas comprometem sua situação legal.
Além da condenação no STF por participação na invasão do sistema do CNJ, que visava forjar documentos judiciais, incluindo falsos mandados de prisão contra autoridades, Zambelli já teve o mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) por abuso de poder político e uso indevido de meios de comunicação na campanha de 2022, tornando-a inelegível por oito anos após o cumprimento da pena.
Suas multas, somando as duas frentes, podem chegar a R$ 4,8 milhões. A deputada também anunciou planos de lançar sua mãe como pré-candidata a deputada federal em 2026 e seu filho à Câmara Municipal de São Paulo em 2028.
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