
Cinco meses depois, o Brasil segue em choque com o vídeo viral sobre PIX que prometia o apocalipse fiscal – mas entregou só um conto do vigário digital
Por Luís Carlos Nunes – Passados cinco meses desde a sua publicação em 14 de janeiro de 2025, o mistério do alcance estratosférico permanece: como Nikolas Ferreira conseguiu mais de 300 milhões de visualizações num vídeo sobre… PIX?
Sim, PIX – o sistema bancário digital que, em questão de dias, virou o maior caso de histeria nacional. E, veja só, ao redor do mundo, cerca de 270 milhões de pessoas falam a língua portuguesa em 2025. Mas, pasme: 300 milhões de views é mais do que gente falando a língua… Milagre? Histeria coletiva? Ou apenas o algoritmo surtando?
Lá estava Nikolas, o “Rei das Postagens”, inflamando o país com o temor apocalíptico de que “o governo vai ver seus extratos bancários”. Afinal, R$ 12,50 pagos num PIX para um amigo poderiam ser suficientes para acionar o chamado “Leviatã tributário”. Imaginou? Receita batendo à porta por causa de meia pizza de R$ 15,00?
Karl Marx reviraria: se para ele a religião era o ópio do povo, o vídeo do Nikolas virou o ópio da timeline, vicioso e viral. Ele dominou o WhatsApp, o almoço de domingo, o culto e até a resenha do boteco – tudo por medo de que a Receita se interesse pelo cafezinho que você pediu.
Mas o que aconteceu de fato desde aquele dia 14 de janeiro?
Nada. Zero.
Nenhuma lei nova, nenhum “imposto pixado”, ninguém foi multado por pagar marmita de R$ 12,50 na mão da dona Maria. Teve revista de balcão? Só no vídeo. O que houve mesmo foi o reino da desinformação, uma febre digital – o clássico conto do vigário moderno: um alarme falso que virou uma epidemia. Uns voltaram ao escambo, outros guardaram os tostões sob o colchão, tem quem ativou VPN pensando que escaparia da Receita.
Nikolas surfou essa onda como astro do algoritmo: ganhou seguidores, likes e moral de líder populista – tudo por nada. Um vídeo, um país hipnotizado. A saga virou estudo de caso sobre o poder da ilusão digital.
E quando alguém pergunta: “Isso realmente aconteceu? Foi real?”, só resta uma resposta – tirada, com ironia nordestina e a graça de “O Auto da Compadecida”:
“Não sei. Só sei que foi assim.”
Caso de Política | a informação passa por aqui.
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