
Eduardo Siqueira Campos é acusado de integrar esquema que vazava informações sigilosas do STJ; grupo teria frustrado operações da PF e protegido aliados políticos
Caso de Política – O prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos (Podemos), foi preso nesta sexta-feira (27) pela Polícia Federal, durante mais uma fase da Operação Sisamnes, que investiga o vazamento de informações sigilosas oriundas do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e um suposto esquema de venda de decisões judiciais. A operação também resultou na prisão de um policial civil e de um advogado.
As ordens judiciais foram expedidas pelo ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), e incluíram ainda o cumprimento de três mandados de busca e apreensão, todos executados na capital tocantinense. Segundo a Polícia Federal, os investigados acessavam ilegalmente dados protegidos por sigilo e os repassavam a alvos de investigações, comprometendo diretamente ações de combate à corrupção.
De acordo com informações da PF e do portal Congresso em Foco, Eduardo Siqueira teria mantido diálogos com o advogado Thiago Marcos Barbosa de Carvalho, sobrinho do governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), em que repassava detalhes sobre operações policiais em andamento. Thiago está preso desde março, acusado de obter informações confidenciais e entregá-las ao tio, que não é alvo da investigação e nega ter recebido qualquer dado privilegiado.
A investigação aponta que o grupo era composto por agentes públicos, advogados e operadores externos que agiam em rede para proteger aliados políticos e financeiros. A PF sustenta que a estrutura criminosa agia de forma articulada, com o objetivo de frustrar operações e favorecer interesses privados.
A Operação Sisamnes foi deflagrada em 2023 para investigar a suposta comercialização de decisões no STJ. Desde então, dezenas de mandados foram cumpridos em estados como São Paulo, Mato Grosso, Distrito Federal e Tocantins. Em novembro de 2024, uma fase da operação teve como alvo desembargadores, assessores de ministros e operadores financeiros. Na ocasião, 23 mandados de busca e apreensão foram cumpridos e uma prisão preventiva foi decretada.
Eduardo Siqueira Campos já havia sido alvo de buscas da PF em maio deste ano, quando os investigadores solicitaram seu afastamento da prefeitura. O pedido, porém, foi negado pelo STF. À época, o prefeito confirmou sua relação de amizade com Thiago Barbosa, mas negou ter vazado qualquer tipo de informação sigilosa.
Segundo a Polícia Federal, os vazamentos comprometeram investigações em curso e permitiram que investigados tomassem medidas para dificultar a atuação da Justiça. O inquérito segue em andamento e não está descartada a deflagração de novas fases da operação.
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