
Em uma explosão de críticas na Câmara, o vereador Allan do Allambick expõe a “guerra de vaidade” política na base aliada, exigindo reconhecimento ao trabalho da oposição e instando a gestão municipal a investir substancialmente em cultura e turismo
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A sessão da Câmara de Vereadores de Barreiras se tornou, nesta terça-feira (8), palco de um embate político protagonizado pelo vereador Allan do Allambick. Com um discurso carregado de críticas, o parlamentar denunciou abertamente o “oportunismo político” por parte de aliados do governo municipal, que estariam se apropriando de pautas históricas defendidas pela oposição, sobretudo na comunidade da Baraúna. Seu pronunciamento escancarou a tensão entre situação e oposição, ao mesmo tempo em que traçou um caminho para o desenvolvimento via cultura e turismo.
Allan do Allambick, visivelmente insatisfeito, lançou duras acusações, sublinhando que as reivindicações de melhorias estruturais para a Baraúna não são recentes, mas frutos de um trabalho contínuo do seu mandato. Ele contestou a “pulverização de créditos” de iniciativas da oposição por membros da base governista, ressaltando o descaso anterior com essas mesmas demandas.
“Não estamos sentados aqui sem fazer nada. Tem gente aparecendo agora dizendo que fez o que nós já pedimos desde janeiro. Já solicitei asfalto, quebra-molas, cobertura da quadra, reforma do posto de saúde e até um novo postinho para a Baraúna. E agora aparecem querendo ser donos do trabalho dos outros.”
Em um alerta direto à gestão , Allan destacou que a oposição, com votos legítimos e trabalho de base reconhecido, como o da vereadora Dra. Graça, exige ser vista e ouvida. Sem citar o nome do prefeito Otoniel Teixeira diretamente, a mensagem de atenção para o Executivo ecoou pela Casa, apontando a incoerência de se apropriar de pautas que, segundo ele, a própria base governista ignora em suas andanças nos bairros.
“Nós somos vereadores de oposição, mas estamos trabalhando. Quem não quiser ouvir, que não ouça. O prefeito precisa prestar atenção no que estamos fazendo. Tem gente da base que nunca pisou lá e agora quer posar de autor das melhorias.”
O parlamentar ampliou suas críticas para outros territórios, como o povoado do Mucambo, onde problemas estruturais se arrastam há anos, configurando uma persistência inaceitável de demandas. Essa reiteração evidencia uma falha crônica na capacidade do Poder Público de solucionar entraves básicos, o que mina a confiança na política e em seus representantes. A analogia com a efemeridade dos políticos em períodos eleitorais versus a ausência pós-voto reverberou como uma forte crítica ao clientelismo.
“É incrível como o problema no Mucambo é o mesmo há oito anos. Não é possível que até hoje a gente continue batendo na mesma tecla e nada acontece. Está na hora de respeitarem o trabalho dos vereadores.”
A crítica se estendeu à prática comum durante eleições: a chegada em massa de candidatos em regiões como o Mucambo e a Baraúna, apenas para buscar votos e desaparecer depois.
“Na eleição, político lá é igual pé de manga: dá sombra e dá fruto. Mas passou a eleição, vira mandacaru: nem sombra e nem encosto.”
Apesar do tom contundente, Allan do Allambick deixou clara sua disposição ao diálogo e à colaboração, mas com uma condição pétrea: respeito institucional. O vereador advogou pela superação das “guerras de vaidade”, enfatizando que a prioridade deve ser o avanço da cidade, e não disputas eleitoreiras veladas. A parceria com a vereadora Tetéia na Comissão de Turismo foi citada como um exemplo concreto dessa postura colaborativa, que já colhe frutos no calendário festivo.
“Desde que entrei aqui, defendi que situação e oposição precisam trabalhar juntos. Essa guerra de vaidade política só atrasa a cidade. A gente quer desenvolvimento, não jogo de cena.”
O vereador fez um chamado direto ao Executivo para que assuma um protagonismo efetivo nas áreas de cultura e turismo. Citando o sucesso de São Desidério na organização de seu calendário turístico, Allan lamentou a lacuna de planejamento em Barreiras, onde o potencial econômico do setor é, segundo ele, subaproveitado por falta de vontade política e gestão. Seu próprio envolvimento na atração de eventos de peso, como o show de Jorge & Mateus, foi apresentado como uma demonstração do impacto positivo da cultura na geração de renda local.
“São Desidério hoje tem um calendário turístico organizado e cumpre o que promete. Aqui a gente tem tudo para fazer melhor. Mas precisa de gestão, planejamento e vontade política.”
O vereador também mencionou seu envolvimento direto com a agenda de eventos e destacou a importância econômica da cultura.
“Não é um show pequeno. Jorge & Mateus está encerrando a carreira e escolheu Barreiras. Isso movimenta comércio, hotéis, restaurantes. Gira a economia. É disso que Barreiras precisa: desenvolvimento com arte, cultura e geração de renda.”
Allan do Allambick finalizou seu discurso com um reforço de seu compromisso genuíno com o progresso de Barreiras. Ele afastou qualquer intenção de buscar “vaidade política”, colocando os resultados para a cidade acima de qualquer projeção pessoal, ao mesmo tempo em que fez um apelo por respeito aos mandatos e, sobretudo, à população que conferiu o poder a cada um dos eleitos. O pronunciamento de Allan do Allambick posiciona a oposição em Barreiras como um ator vigilante, intransigente na defesa dos direitos cidadãos e na exigência de uma administração pública transparente e eficaz.
“Eu quero que Barreiras avance. Não estou aqui para vaidade política. Estou aqui para somar com quem quiser trabalhar. Mas é preciso respeitar os mandatos, os territórios e, acima de tudo, a população que nos colocou aqui.”
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