
Medidas cautelares impostas atendem a provas de obstrução e ameaças à soberania nacional; ex-presidente tenta usar apoio estrangeiro para desestabilizar o Judiciário
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O Supremo Tribunal Federal (STF) reafirmou nesta sexta-feira (18) seu papel como guardião da democracia brasileira ao impor duras, mas necessárias, medidas cautelares contra Jair Bolsonaro. O ex-presidente, que responde por tentativa de golpe de Estado e outros crimes graves contra o Estado Democrático de Direito, foi obrigado a usar tornozeleira eletrônica e cumprir recolhimento domiciliar noturno, além de ter vetado seu acesso a redes sociais e a contatos com diplomatas e outros investigados.
A decisão do ministro Alexandre de Moraes foi baseada em provas robustas reunidas pela Polícia Federal e pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que apontam que Bolsonaro vem atuando de forma deliberada para tumultuar o processo judicial que o julga por seus atos golpistas. A conduta do ex-presidente, segundo os investigadores, configura coação no curso do processo, obstrução de Justiça e tentativa de enfraquecimento das instituições nacionais.
Não bastasse sua responsabilidade direta nos ataques de 2022, Bolsonaro agora tenta se vitimizar internacionalmente. Com apoio de Donald Trump, tem buscado interferência externa contra o Judiciário brasileiro. Em mais um gesto de desprezo pela soberania nacional, uma carta assinada por Trump — com timbre oficial da Casa Branca — exigiu o fim “imediato” do processo, chamando de “injustiça” o que, na verdade, é o cumprimento da lei.
Enquanto o Brasil tenta restaurar os pilares democráticos abalados pelos atos criminosos de 8 de janeiro, Bolsonaro articula no exterior uma ofensiva contra os próprios fundamentos da República. Seu filho, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro, age como porta-voz dessas ameaças, incentivando represálias contra ministros do STF, especialmente contra Alexandre de Moraes, relator da ação penal. A escalada é tamanha que o Departamento de Estado dos EUA chegou a citar nominalmente o ministro brasileiro — um fato inédito e alarmante.
A Justiça brasileira, porém, não se intimida. Alexandre de Moraes atendeu a um pedido técnico, com respaldo da PGR, e determinou medidas duras e imprescindíveis para impedir novas tentativas de sabotagem do processo. A tornozeleira eletrônica e o recolhimento noturno são instrumentos de proteção institucional diante do risco real de fuga ou articulações golpistas.
Os mandados foram cumpridos pela Polícia Federal na residência de Bolsonaro, em Brasília, e no seu escritório político na sede do PL. O ex-presidente foi conduzido à sede da corporação para instalação do equipamento. As ordens também proíbem qualquer contato com embaixadores, diplomatas ou outros réus, numa tentativa clara de barrar qualquer nova conspiração.
Além de Bolsonaro, outros oito nomes de confiança do ex-presidente — incluindo militares e ex-ministros — também foram tornados réus pelo STF. A denúncia da PGR, acolhida por ampla maioria da Primeira Turma, trata de crimes como abolição violenta do Estado democrático de Direito, dano qualificado e organização criminosa.
Mesmo após os escândalos, Bolsonaro insiste em dizer que é vítima de “teatro processual” e que querem impedi-lo de disputar eleições em 2026. Mas os fatos falam por si: o ex-presidente não está sendo perseguido, está sendo julgado — com base na Constituição e nas leis que ele tentou subverter.
O Brasil assiste ao desfecho de um ciclo de desinformação, autoritarismo e desprezo pelas instituições. A decisão do STF representa não apenas uma resposta firme ao autoritarismo, mas um recado direto: a Justiça brasileira não será chantageada por pressões externas nem por arroubos antidemocráticos. O tempo da impunidade acabou.
Caso de Política | A informação passa por aqui.
#STF #Democracia #AlexandreDeMoraes #JustiçaBrasileira #BolsonaroRéu #EstadoDeDireito #GolpeNuncaMais #BrasilSoberano