
Sessão de terça-feira (26) foi marcada por debates acalorados sobre a legalidade do processo que alterou Regimento Interno e Lei Orgânica, com cinco vereadores da base governista prometendo recorrer à Justiça após derrota em plenário
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – A Câmara Municipal de Barreiras viveu, nesta terça-feira (26), um dos capítulos mais ruidosos e tensos de sua história recente. Em pauta, a votação da ata de 15 de julho, que consolidou a aprovação da Emenda à Lei Orgânica nº 014/2025 e da Resolução nº 090/2025 – medidas que abriram caminho para a recondução da Mesa Diretora por mais um mandato consecutivo. O resultado era previsível: aprovação da maioria. O que não se esperava era o show paralelo de um grupo diminuto, mas barulhento, de cinco vereadores que, após descobrirem repentinamente o valor do Regimento Interno, passaram a denunciar irregularidades, acusar ingerência e ameaçar recorrer à Justiça, como se a derrota no voto fosse apenas um detalhe menor.
O despertar súbito da tropa de choque do Executivo
O “despertar súbito” da tropa de choque do Executivo: Rider Castro, Hipólito dos Passos, Tatico, Thaislane Sabel e Valdemir José encenam indignação e protestos após derrota em plenário, ignorando que todos já haviam aprovado a própria matéria. Uma cena grotesca de queixumes, vaidades e promessas de judicialização, enquanto a maioria reafirma a independência do Legislativo
Liderados por Rider Castro e Hipólito dos Passos, ambos da base governista, cinco vereadores resolveram vestir a fantasia de guardiões do regimento – um papel que até então jamais lhes despertara tanto entusiasmo. Rider ensaiou indignação com supostas irregularidades e falou em falta de transparência, como se tivesse acabado de descobrir o manual de regras da Casa. Hipólito, afinado, repetiu o refrão: citou prazos, falou em respeito ao regimento e ainda prometeu que “um dia” provará ter razão – um discurso mais próximo de profecia de calendário do que de argumento sólido.
Na retaguarda, completaram a tropa de choque Tatico, Thaislane Sabel e Valdemir José. Este último, em momento quase místico, declarou que não via “urgência urgentíssima” em alterar a Lei Orgânica – lembrança que, curiosamente, só lhe ocorreu muito depois de ter votado na matéria original.
Mesa Diretora rebate e acusa manobra política
O presidente Yure Ramon não só reafirma a legalidade da votação, como também expõe a fragilidade dos críticos: ao sugerir que “procurem estudar o regimento”, sinaliza que as reclamações da tropa de choque do Executivo têm mais a ver com desconhecimento das regras do que com irregularidades reais
Do outro lado, o presidente Yure Ramon defendeu a legalidade do processo, acusando os críticos de estarem “deturpando os fatos”. Reiterou que todos os ritos foram cumpridos, com pauta publicada no site da Câmara desde 15 de julho. Rejeitou a questão de ordem de Rider, lembrando que o tema já estava “discutido e aprovado”, e recomendou aos descontentes que “procurem estudar o regimento”.
A vereadoras Drª Graça Melo foi diretas ao ponto: acusou os cinco de estarem motivados por “interesses próprios” e frustração por não estarem no comando da Casa. Graça escancarou a contradição, lembrando que os vereadores votaram sem sequer ler a matéria, e ironizou: “alterar ou derrubar a ata é como rasgar a história desta casa”.
Outros vereadores, como Delmah Pedra, Silma Alves, João Felipe e Rodrigo do Mucambo, reforçaram o discurso de legalidade e coerência, questionando a súbita mudança de opinião dos cinco. “Se naquela noite todos votaram por unanimidade, por que hoje votar contra?”
Allan expõe a visão popular da Câmara
O vereador Allan do Allanbick expôs a contradição dos críticos: enquanto a Câmara ostenta aprovação popular de 76%, há exemplos históricos de despreparo, como o vereador que perdeu a reeleição por confessar desconhecimento do regimento interno – lembrança que evidencia a incoerência de quem hoje se diz defensor zeloso das regras
O vereador Allan do Allanbick trouxe um ponto ainda mais incômodo: afirmou ter feito levantamento sobre a percepção da população em relação à Câmara e revelou que a aprovação popular da Casa é de cerca de 76%. Relembrou ainda que, em certa ocasião, um vereador perdeu a reeleição após admitir, da própria tribuna, desconhecer o regimento interno – episódio que simboliza o descaso histórico de alguns parlamentares com as regras que agora dizem defender com tanto fervor.
O saldo político
Apesar dos inflamados discursos, o placar foi claro: a ata foi aprovada, mantendo as mudanças no regimento e validando a recondução da Mesa Diretora. Rider Castro, Hipólito, Tatico, Thaislane Sabel e Valdimiro José registraram votos contrários, enquanto os demais vereadores, em número de 14, mostraram alinhamento ao resultado.
O episódio revelou mais que uma disputa regimental, interesses pessoais e de vaidade, mostrou uma divisão aberta dentro da base governista e a disposição dos cinco dissidentes em transformar a derrota política em batalha judicial. Para a maioria, a sessão reafirmou a importância da independência do Legislativo e a prevalência da regra mais antiga da democracia: o voto da maioria. Para o seleto grupo de inconformados, restou o consolo de encenar indignação e prometer novas arenas de disputa, onde talvez o palco seja mais generoso que o plenário.
O saldo final, no entanto, foi um espetáculo pouco edificante: uma cena grotesca de queixumes e reclamações tem como parâmetros o próprio umbigo, que expôs mais fragilidades do que virtudes em certos parlamentares da Casa de Leis.
Em análise a fatídica sessão do dia 15 de julho, pode-se ver o constrangedor comportamento dos hoje reclamante, um deles inclusive votou pelas alterações regimentais e logo após disse que a votação não havia sido feita, pasmem!
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