
Pesquisadores alertam para riscos de colapso ambiental e destacam acidificação dos oceanos como nova fronteira ultrapassada em 2025
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Um estudo do Instituto Potsdam para Pesquisa sobre o Impacto Climático (PIK), divulgado em 2025, revelou que a Terra já rompeu sete dos nove limites planetários, indicadores que medem se o planeta ainda opera em condições seguras para sustentar a vida.
Além dos seis processos críticos já identificados em 2024, a acidificação dos oceanos passou a integrar a lista, demonstrando o avanço da pressão humana sobre os sistemas naturais. Os pesquisadores alertam que, sem controle do aquecimento global, ecossistemas podem entrar em colapso e eventos climáticos extremos tendem a se intensificar.
Limites planetários já ultrapassados
- Mudanças no uso da terra – Desmatamento e urbanização reduziram a cobertura florestal a 59% do ideal. Entre 2000 e 2018, 90% da desflorestação direta ocorreu por expansão agrícola — 52,3% para alimentos e 37,5% para pecuária.
- Mudanças climáticas – A concentração de CO₂ atingiu 422 ppm em 2024, acima do limite seguro de 350 ppm. O aquecimento causado pela atividade humana chegou a 2,79 W/m², quase três vezes acima do patamar considerado seguro.
- Biodiversidade – Pelo menos 73 grupos de vertebrados desapareceram nos últimos 500 anos. A degradação de habitats acelera a perda de espécies e compromete a diversidade genética necessária à sobrevivência.
- Ciclos do nitrogênio e fósforo – O uso de fertilizantes elevou o fósforo nos oceanos para 22,6 Tg P/ano (limite: 11) e o nitrogênio para 190 Tg N/ano (limite: 62), gerando eutrofização e zonas mortas em ambientes aquáticos.
- Uso de água doce – A pressão sobre recursos hídricos já afeta 18% da superfície terrestre e 16% do solo, colocando em risco populações humanas e ecossistemas.
- Poluição química – Microplásticos e substâncias tóxicas se espalharam globalmente. Pesquisas recentes encontraram partículas até no cérebro humano, com riscos ainda pouco dimensionados.
- Acidificação dos oceanos – A absorção de CO₂ reduz o pH dos mares, prejudicando corais, moluscos e organismos calcários. O impacto já é visível em pterópodes, essenciais para a cadeia alimentar marinha.
O que resta dentro da segurança
Segundo o relatório, apenas os limites relativos à camada de ozônio e aos aerossóis atmosféricos permanecem em níveis seguros. Os cientistas reforçam que medidas urgentes são necessárias para frear a degradação e evitar impactos irreversíveis sobre a vida no planeta.
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