
Levantamento revela queda no bullying virtual e avanço no foco de estudantes, mas também registra aumento de tédio e ansiedade
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Uma pesquisa realizada pela Frente Parlamentar Mista da Educação, em parceria com o Equidade.info – iniciativa do Lemann Center da Stanford Graduate School of Education – mostrou que 83% dos estudantes brasileiros afirmam estar mais atentos às aulas desde a proibição do uso de celulares em sala, sancionada em janeiro de 2025.
O impacto positivo é mais evidente no Ensino Fundamental I, onde 88% dos alunos relataram maior foco. No Ensino Médio, 70% também notaram avanços. Entre os gestores, 77% observaram redução do bullying virtual, enquanto 65% dos professores perceberam o mesmo fenômeno. Já entre os alunos, apenas 41% confirmaram a diminuição, sugerindo que parte dos episódios não chega ao conhecimento dos educadores.
Apesar dos ganhos, 44% dos estudantes declararam sentir mais tédio durante intervalos e recreios, índice que chega a 47% no Fundamental I e 46% no período matutino. Além disso, 49% dos professores relataram aumento da ansiedade entre os alunos com a ausência dos celulares.
O Nordeste se destacou como a região com maior avanço no comportamento estudantil (87%). Já Centro-Oeste e Sudeste apresentaram os menores índices de melhora, ambos com 82%, reforçando que os efeitos da medida variam conforme o contexto escolar.
“Proteger nossos estudantes do uso do celular em sala de aula é garantir um ambiente mais saudável e focado no aprendizado”, afirmou o deputado Rafael Brito (MDB-AL), presidente da Frente Parlamentar Mista da Educação.
A presidente do Equidade.info, Claudia Costin, ressaltou que a proibição trouxe resultados positivos, mas ainda há desafios. “É crucial ouvirmos os estudantes que ainda sentem o bullying e enfrentam tédio e ansiedade. A restrição foi positiva, mas sozinha não basta.”
Segundo Guilherme Lichand, coordenador do Equidade.info e professor da Stanford Graduate School of Education, o próximo passo é aplicar estratégias adaptadas por faixa etária e realidade escolar. “Mais do que limitar o celular, precisamos repensar como a escola se conecta com os alunos”, afirmou.
O levantamento ouviu 2.840 alunos, 348 professores e 201 gestores de escolas públicas municipais, estaduais e privadas em todas as regiões do Brasil, entre maio e julho de 2025.
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