
Operação mais letal da história do Rio expõe uma lógica de segurança pública que está longe de proteger vidas. Foto: Reprodução da internet
Levantamento detalha percepções sobre combate ao crime, atuação institucional e o impacto da criminalidade no cotidiano da população fluminense, com foco nas nuances de gênero, idade, renda e ideologia.
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – Uma investigação abrangente sobre a segurança pública e a criminalidade no Rio de Janeiro, conduzida pela Genial/Quaest e divulgada nesta segunda-feira (03), oferece um retrato detalhado das percepções da população. O estudo, baseado em 1.500 entrevistas domiciliares (com margem de erro de 3 pontos percentuais e 95% de confiabilidade), expõe um cenário de preocupações cotidianas, demandas por rigor e uma avaliação complexa da confiança nas instituições.
Acompanhe a íntegra do levantamento clicando aqui.
A população demonstra um forte desejo por medidas mais incisivas no combate ao crime. 85% dos entrevistados apoiam o aumento da pena de prisão para homicidas a mando de organizações criminosas, enquanto 72% concordam que essas organizações deveriam ser enquadradas como terroristas.
A proibição das “saidinhas” de presos, mesmo para aqueles com bom comportamento, conta com o aval de 53% da população.
Já a criação de um Escritório de Emergência para combate ao crime organizado surge como uma proposta de alto consenso, com 94% de aprovação.
Contudo, a ideia de uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO) com uso do Exército divide opiniões: 59% a favor e 38% contra.
| Propostas e Medidas de Combate ao Crime | Apoio (%) |
| Aumentar pena para homicidas ligados a facções | 85 |
| Enquadrar organizações criminosas como terroristas | 72 |
| Proibir “saidinhas” de presos | 53 |
| Criar Escritório de Emergência contra o crime organizado | 94 |
| Uso do Exército em GLO | 59 (a favor) / 38 (contra) |
A confiança nas instituições apresenta variações significativas. Em outubro de 2025, as Forças Armadas lideram o índice de confiança (83%), seguidas pela Polícia Militar (72%) e o Poder Judiciário (61%).
Uma comparação com dados de novembro de 2023 revela leve declínio na confiança nas Forças Armadas e no Judiciário, contrastando com crescimento na aprovação da Polícia Militar.
| Instituição | Confiança (%) – Out/2025 |
| Forças Armadas | 83 |
| Polícia Militar | 72 |
| Poder Judiciário | 61 |
No que se refere às preocupações com tipos de crime, a pedofilia lidera com 21%, seguida pelo domínio das facções nas favelas (16%) e homicídio (15%).
Crimes de rua, como assaltos (12%) e roubo de celular (10%), também figuram entre as principais apreensões.
O tráfico de drogas (10%), contrabando de armas (6%) e violência doméstica (6%) completam o quadro.
| Crime que Mais Preocupa | Percentual (%) |
| Pedofilia | 21 |
| Domínio de facções nas favelas | 16 |
| Homicídio | 15 |
| Assalto em rua/ônibus | 12 |
| Roubo de celular | 10 |
| Tráfico de drogas | 10 |
| Contrabando de armas | 6 |
| Violência doméstica | 6 |
A experiência direta ou próxima com a violência nos últimos 12 meses afeta uma minoria da população: 58% dizem não ter sido vítimas nem conhecer alguém que foi.
Entre os que sofreram ou presenciaram algum tipo de crime, os assaltos em ruas e ônibus (13%) e roubos de celular (10%) são os mais frequentes.
| Experiência com Violência (últimos 12 meses) | Percentual (%) |
| Nenhuma experiência de violência | 58 |
| Assalto em rua/ônibus | 13 |
| Roubo de celular | 10 |
| Domínio de facções nas favelas | 4 |
| Fraudes na internet | 4 |
| Violência doméstica | 4 |
| Homicídios | 2 |
A pesquisa também detalha o perfil da amostra, oferecendo um olhar aprofundado sobre a diversidade da população fluminense:
| Categoria | Distribuição (%) |
| Sexo | Mulheres (53%) / Homens (47%) |
| Faixa Etária | 16–30 anos (29%) / 31–50 (47%) / 51+ (24%) |
| Escolaridade | Até Fundamental (26%) / Médio (43%) / Superior (31%) |
| Renda Familiar | Até 2 SM (28%) / 2–5 SM (42%) / Mais de 5 SM (30%) |
| Religião | Católicos (39%) / Evangélicos (32%) / Sem religião (17%) / Outras (12%) |
| Cor ou Raça | Brancos (44%) / Pardos (38%) / Pretos (17%) |
| Mesorregião | Capital (39%) / Baixada (21%) / Niterói–SG–Maricá (12%) / Norte-Noroeste-Lagos (14%) / Sul-Serrana (14%) |
| Ideologia Política | Independentes (38%) / Direita não Bolsonarista (21%) / Bolsonaristas (14%) / Esquerda não Lulista (13%) / Lulistas (10%) / NS/NR (4%) |
O levantamento também mostra como o posicionamento político influencia a opinião sobre crime e justiça.
O apoio ao aumento da pena de homicidas ligados a facções é majoritário em todos os grupos ideológicos — de 81% entre Independentes a 99% entre Direita não Bolsonarista.
Já o uso das Forças Armadas em GLO tem apoio mais forte entre Bolsonaristas (80%) e Direita não Bolsonarista (70%), e menor entre Lulistas (47%).
| Grupo Ideológico | Apoio à pena maior (%) | Apoio à GLO (%) |
| Independentes | 81 | 60 |
| Direita não Bolsonarista | 99 | 70 |
| Bolsonaristas | 97 | 80 |
| Esquerda não Lulista | 84 | 55 |
| Lulistas | 85 | 47 |
A confiança nas instituições também varia conforme a ideologia.
Os Lulistas demonstram maior confiança no Poder Judiciário (82%), enquanto Bolsonaristas confiam mais nas Forças Armadas (84%) e na Polícia Militar (92%).
Entre os Independentes, os índices são mais equilibrados.
| Grupo Ideológico | Forças Armadas (%) | Polícia Militar (%) | Poder Judiciário (%) |
| Lulistas | 72 | 49 | 82 |
| Bolsonaristas | 84 | 92 | 44 |
| Direita não Bolsonarista | 80 | 85 | 59 |
| Independentes | 75 | 68 | 63 |
Há também diferenças demográficas marcantes nas percepções sobre criminalidade.
As mulheres demonstram maior preocupação com pedofilia (24%), enquanto os homens se mostram mais inquietos com o domínio das facções (19%).
Os jovens (16–30 anos) lideram a preocupação com pedofilia (29%) e registram mais casos de violência doméstica (6%).
| Recorte Demográfico | Principal Preocupação / Incidência | Percentual (%) |
| Mulheres | Pedofilia | 24 |
| Homens | Facções nas favelas | 19 |
| Jovens (16–30 anos) | Pedofilia / Violência doméstica | 29 / 6 |
| 31–50 anos | Assaltos em rua/ônibus | 14 |
| 51+ anos | Assaltos em rua/ônibus | 14 |
| Famílias +5 SM | Facções nas favelas | 22 |
Por fim, a pesquisa mostra descrença na efetividade das autoridades diante do crime.
- 82% acreditam que “líderes de facções ajudam a eleger deputados e por isso dificilmente são presos”;
- 78% concordam com a frase “a polícia prende e a justiça solta”;
- 77% dizem que “facções só controlam o Rio porque as autoridades não fazem nada”; e
- 62% acreditam que “a PMRJ está cooptada pela milícia ou facções”.
| Afirmações sobre Crime e Autoridades | Concordância (%) |
| Líderes de facções elegem deputados e não são presos | 82 |
| A polícia prende e a justiça solta | 78 |
| Facções controlam o RJ porque autoridades não agem | 77 |
| A PMRJ está cooptada por milícia/facções | 62 |
Caso de Política | A informação passa por aqui.
#SegurançaPúblicaRJ #CriminalidadeRio #PesquisaGenialQuaest #ViolênciaUrbana #CombateAoCrime #OpiniãoPública #RioDeJaneiro #ForçasArmadas #PoderJudiciário #PolíciaMilitar #PercepçãoSocial #SegurançaNoRio #CotidianoCarioca #JustiçaNoRJ #OpiniãoPolítica






