Poluição plástica atinge nível alarmante e se torna a 2ª maior ameaça ambiental, alerta ONU

Brasil é o maior poluidor da América Latina e precisa de políticas públicas urgentes

Caso de Política com Jornal da USP A poluição causada pelo plástico já é considerada a segunda maior ameaça ambiental ao planeta, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU). A situação é agravada pelo aumento exponencial da produção de plásticos descartáveis, que supera a capacidade global de gerenciamento e reciclagem.

Dados alarmantes da ONG norte-americana Center for Climate Integrity revelam que apenas 9% do plástico produzido no mundo é reciclado, com um índice ainda mais crítico no Brasil, onde apenas 1,3% passa pelo processo. A pesquisadora Sylmara Gonçalves Dias, da USP, alerta que o problema se intensificou na última década com a crescente presença de plástico nos oceanos, para onde escapam cerca de 8 milhões de toneladas de resíduos plásticos anualmente.

Apesar da crescente preocupação, a poluição plástica é um problema que persiste desde a década de 1940, com materiais resistentes que podem levar de 400 a 500 anos para se decompor. A pesquisadora destaca que a quantidade total de plástico produzido ao longo de quase 70 anos é “estratosférica” e se acumula no ar, na água e no solo.

Diante desse cenário crítico, um movimento global tem ganhado força nos últimos três anos, com o objetivo de banir o uso de plásticos de uso único. Essa iniciativa faz parte do Tratado Global do Plástico, em discussão desde 2022 na Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente, que busca estabelecer medidas para combater a poluição plástica em nível global.

O acordo internacional, que ainda enfrenta resistência de alguns países, prevê a proibição de plásticos descartáveis mais nocivos e evitáveis, como copos, canudos, sacolas plásticas e embalagens de alimentos. Além disso, o tratado busca promover a redução, reutilização e reciclagem de todos os produtos plásticos.

Para Sylmara, a solução para o problema da poluição plástica passa por políticas públicas conjuntas, com a participação de diversos ministérios e instâncias regionais, além de instituições de apoio à causa. Ela ressalta que a gestão pública precisa de uma ação interinstitucional e interministerial para que a tomada de decisão atinja todas as dimensões do problema.

A pesquisadora alerta que o principal poluidor é o extrativismo, com a extração do petróleo, e que as projeções indicam um crescimento de mais de 50% no uso e consumo de plástico nos próximos 20 anos. O Brasil, oitavo maior poluidor global de plásticos e o maior da América Latina, injeta anualmente 500 bilhões de itens de plásticos de uso único no mercado.

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