
Vereadora, que também é professora, foi alvo de críticas após aplaudir declaração de Eures Ribeiro, gestor de Bom Jesus da Lapa, que ironizou afastamentos médicos de professores
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O gesto da vereadora Carmélia da Mata (PP) ao aplaudir uma publicação do prefeito de Bom Jesus da Lapa, Eures Ribeiro (PSD), provocou forte reação entre professoras de Barreiras. A manifestação da parlamentar ocorreu justamente em outubro, mês em que se celebra o Dia dos Professores, e foi interpretada como um ato de apoio a um gestor que tem atacado docentes em situação de adoecimento.
No vídeo publicado por Eures, que viralizou nas redes sociais, o prefeito ironiza os afastamentos médicos de professores, chegando a dizer que docentes se afastam até por “uma dor no dedo da mão”. Ele também insinuou que postos de saúde seriam “fábricas de atestados”, em ataque direto aos médicos e em desrespeito aos professores, que enfrentam jornadas intensas e condições precárias de trabalho. A fala gerou críticas em todo o estado por desqualificar o direito ao cuidado médico e expor servidores públicos ao constrangimento.
Print na página do prefeito confirma o apoio de Carmélia da Mata ao desrespeito ao adoencimeente de professores
Para educadoras ouvidas pela reportagem, aplaudir esse tipo de postura é uma traição à própria categoria. “Deve ser tudo igual a ele, ou estão sendo comprados. E Carmélia aplaudindo!”, disse uma professora. Outra acrescentou: “Isso é inacreditável. Nós, professoras de Barreiras, estamos no limite da desvalorização e do desrespeito, e essa vereadora que tem formação docente comete o absurdo de apoiar a canalhice e a insensibilidade de um prefeito irresponsável.”
Uma terceira docente foi ainda mais dura:
“Carmélia traiu a própria história e a categoria que deveria defender. Ao invés de se colocar ao lado dos professores, escolheu aplaudir quem nos humilha. Isso não é apenas incoerência, é cumplicidade com o ataque à educação.”
A reação dos educadores também se apoia em dados amplamente reconhecidos, no meio docente, a notícia corre feito rastilho de pólvora. Órgãos como a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o próprio Ministério da Saúde já classificaram os professores como uma categoria altamente propensa a doenças ocupacionais. Entre os principais problemas de saúde diagnosticados entre docentes estão síndrome de burnout, transtornos de ansiedade, depressão, problemas vocais e doenças osteomusculares. O estresse elevado, a sobrecarga de trabalho e a precariedade das condições em sala de aula contribuem diretamente para esses adoecimentos.
Ao apoiar o prefeito que desqualifica essas situações de saúde e ironiza o sofrimento dos professores, Carmélia da Mata se coloca em rota de colisão com os próprios profissionais. Em suma, para os docentes, trata-se de um gesto de desrespeito e abandono num momento em que a categoria mais exige valorização e amparo.
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