Empresas de Elon Musk enfrentam crescente “backlash” por posicionamentos políticos controversos, resultando em perdas bilionárias e reavaliações de contratos
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O império de Elon Musk enfrenta uma tempestade perfeita. Após os boicotes à Tesla e perdas significativas em valor de mercado, a Starlink vê contratos ameaçados e o X (antigo Twitter) perde mais de 70% de seu valor desde a aquisição pelo bilionário. A atuação política controversa de Musk, somada a decisões radicais na gestão de suas empresas, parecem cobrar um preço alto.
A Tesla, carro-chefe do império Musk, viu suas ações despencarem 15% recentemente, acumulando uma perda de mais da metade de seu valor nos últimos 80 dias. A fabricante de carros elétricos atingiu o pico histórico de US$ 480 por ação em dezembro, mas agora amarga a marca de US$ 222, com o valor de mercado da empresa derretendo mais de US$ 700 bilhões, situando-se em US$ 696 bilhões.
A crise se estende à Starlink, a rede de internet via satélite de Musk, que enfrenta o cancelamento de contratos e a reavaliação de parcerias importantes. O primeiro-ministro de Ontário já anunciou o fim dos contratos com a empresa, em retaliação às tarifas de Trump contra o Canadá. Além disso, a Starlink pode perder negócios com governos da Polônia e da Itália, países que questionam o posicionamento de Musk em relação à Ucrânia e à OTAN.
A Itália, por exemplo, avaliava um contrato de US$ 1,5 bilhão para utilizar a Starlink como principal meio de comunicação de seus diplomatas, servidores e militares no exterior. No entanto, o negócio enfrenta obstáculos políticos após Musk ter criticado o presidente italiano, Sergio Mattarella, no X.
A Polônia, que financia a maioria dos terminais Starlink em operação na Ucrânia, também está reavaliando a continuidade dos serviços da empresa. Enquanto isso, a Europa busca alternativas à Starlink, com a Eutelsat, concorrente franco-britânica, surgindo como uma forte candidata. As ações da Eutelsat dispararam 390% na última semana, impulsionadas pelo plano da União Europeia de reforçar seus investimentos em defesa.
Magnata da telefonia rompe contrato com Elon Musk após provocações no X
O magnata mexicano Carlos Slim, empresário considerado a pessoa mais rica da América Latina, com fortuna estimada em US$ 93 bilhões — e apelidado de ‘Midas’, em referência ao mito grego do rei da Frígia, que transformava tudo que tocava em ouro, por sua habilidade de “transformar atividades decadentes em lucrativas” — anunciou um rompimento de contrato entre a América Móvil (AMX), sua empresa de telecomunicações, e a Starlink, empresa de internet via satélite de Elon Musk.
O rompimento veio em forma de retaliação a um ataque pessoal de Musk ao bilionário e CEO da AMX, principal operadora telefônica da América Hispânica e responsável, no Brasil, pela Claro — que incorpora Embratel e Net.
No dia 23 de janeiro, Musk compartilhou uma publicação acusatória na rede social X, antigo Twitter, que dizia:
“Carlos Slim é um bilionário mexicano com fortuna de mais de US$ 70 bilhões. Ele é o maior acionista em ações negociadas publicamente do The New York Times.
Ele também é conhecido por ter laços significativos com os cartéis de drogas no México. Você não se torna bilionário no México sem fazer parte da rede que é controlada e protegida.
O NYT sabe com quem seus donos estão conectados e está promovendo a narrativa que apoia os interesses comerciais de Carlos Slim e seus parceiros.”
Em outro golpe para Musk, o X foi alvo de um grande ataque cibernético que deixou a rede social instável. Musk atribuiu o ataque a um grupo coordenado ou a um país, mencionando endereços IPs da Ucrânia, embora a origem exata seja difícil de rastrear. O ataque foi reivindicado pelo grupo Dark Storm Team, que defende causas pró-Palestina.
A situação do X é particularmente preocupante. Desde a aquisição por Musk em outubro de 2022, a rede social perdeu 71,5% de seu valor de mercado. A empresa de investimentos Fidelity avalia o X em apenas 5,3 bilhões de dólares, uma fração dos US$ 44 bilhões pagos por Musk. A desvalorização é reflexo das ações polêmicas do CEO, incluindo demissões em massa, mudanças radicais na política de verificação e transformações na plataforma.
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