
Thomas Shannon, ex-embaixador e lobista contratado pela AGU, afirmou que o republicano reconheceu o fracasso em tentar interferir no processo judicial de Bolsonaro e vê em Lula uma nova via de diálogo com o Brasil
Caso de Política | Luís Carlos Nunes – O ex-embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, afirmou que Donald Trump encerrou qualquer tentativa de interferir na situação judicial de Jair Bolsonaro e passou a buscar aproximação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o diplomata aposentado, “Trump é astuto, sabe quando não pode avançar em uma frente e procura outra”.
Em entrevista à BBC News Brasil, Shannon disse que o ex-presidente norte-americano reconheceu o fracasso de esforços para garantir a elegibilidade de Bolsonaro nas próximas eleições e agora aposta em um diálogo direto com Lula. O movimento teria começado em setembro, durante a Assembleia Geral da ONU, quando ambos se cumprimentaram, e deve se consolidar com um novo encontro neste domingo (26), às margens da cúpula da Asean, na Malásia.
Shannon destacou que Trump considerou positivo o encontro anterior e chegou a dizer que “gostou de Lula”. O diplomata explicou que a aproximação também foi impulsionada por pressões do setor privado norte-americano, que alertou sobre o impacto negativo das tarifas impostas pelo governo Trump a produtos brasileiros.
“O presidente foi exposto a uma espécie de curso intensivo sobre o impacto que essas tarifas teriam no dia a dia de muitos norte-americanos”, afirmou Shannon. Para ele, Trump decidiu “transformar um problema bilateral em um encontro pessoal positivo” e usou a diplomacia como estratégia de reposicionamento econômico.
Atualmente, Shannon atua no escritório Arnold & Porter, contratado pela Advocacia-Geral da União (AGU) para representar o Brasil nos Estados Unidos em ações voltadas à reversão de sanções comerciais impostas ainda no governo Trump.
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