PL da anistia pode ter naufragado após ato e arrogância de Silas Malafaia

Anistia no limbo: agressividade e erros de articulação põem fim à esperança de Bolsonaro e agrava o seu isolamento

Caso de Política | Luís Carlos Nunes – É flagrante que os ataques ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), durante o ato bolsonarista, praticamente enterraram as chances do famigerado PL da Anistia, e a postura arrogante e desmedida de Silas Malafaia parece ter sido o prego final nesse caixão. A análise que se faz nos corredores de Brasília é que a falta de tato e a tentativa de imposição de Malafaia foram cruciais para o fracasso da empreitada.

A avaliação é que a pressão sobre Hugo Motta, em vez de persuadi-lo, serviu para acuar o presidente da Câmara e mostrar uma face autoritária do movimento, afastando qualquer possibilidade de negociação. Ao invés de buscar o diálogo, a escolha de Malafaia pela intimidação expôs uma fragilidade estratégica gritante, com consequências desastrosas.

A leitura que se faz é que Motta, agora, tem ainda mais motivos para resistir. Afinal, ceder a uma pressão tão explícita e desrespeitosa seria um suicídio político, mostrando fraqueza e abrindo precedentes perigosos. Nesse contexto, o receio de ser visto como subserviente a um líder religioso com métodos questionáveis, somado ao espectro de um confronto com o Supremo Tribunal Federal (STF), fortalece a busca por um caminho que evite a instabilidade e a polarização.

A inépcia da chantagem e o isolamento político

O que se vê é que a tentativa de Malafaia de mobilizar a opinião pública se revelou um fiasco. A retórica inflamada e os ataques a Hugo Motta, em vez de gerar apoio, só serviram para afastar potenciais aliados e reforçar a imagem negativa do bolsonarismo. A chantagem, nesse caso, se mostrou uma ferramenta ineficaz e contraproducente.

A percepção é de que a base bolsonarista, apesar do esforço de mobilização, não conseguiu demonstrar força suficiente para pressionar o Congresso. A falta de um apoio popular expressivo e a crescente rejeição à anistia tornam o cenário ainda mais desfavorável. A impressão que fica é de um movimento isolado, com dificuldades em dialogar com outros setores da sociedade.

A constatação é de que a rejeição da anistia pela maioria da população é um obstáculo praticamente intransponível. E, para muitos, a arrogância e a falta de habilidade política de Silas Malafaia contribuíram para enterrar de vez qualquer chance de aprovação.

Para completar o quadro de frustração, o ato ficou muito aquém das expectativas de público dos organizadores. Enquanto lideranças bolsonaristas chegaram a ventilar a meta de reunir 1,5 milhão de pessoas na Avenida Paulista, o “Monitor do Debate Político” da USP estimou a presença de 44,9 mil manifestantes, e o Datafolha apontou para 55 mil participantes. A enorme discrepância entre a previsão e a realidade escancara a desconexão entre o bolsonarismo e o sentimento da maioria da população.

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